Protestos de mulheres de policiais militares já atingem 27 dos 39 batalhões no Estado do Rio de Janeeiro. A corporação, porém, diz que o policiamento não foi prejudicado. As manifestações foram iniciadas na manhã desta sexta-feira (10), em protesto contra atrasos de salários e más condições de trabalho. A exemplo do que ocorre no Espírito Santo, as mulheres têm se posicionado em frente aos batalhões, para tentar evitar a saída dos policiais para o patrulhamento. Segundo a polícia, porém, em apenas quatro unidades há bloqueio na entrada e saída de veículos: 3ºBPM (Méier), 6º BPM (Tijuca), 20º BPM (Mesquita) e 40º BPM (Campo Grande). Ainda assim, diz a PM, o policiamento de rotina nas áreas de atuação não foi atingido. Mas, em alguns casos, as trocas de turno têm sido feitas fora do batalhão, para evitar conflito com as manifestantes. Até o momento não há registros de distúrbios na cidade.
"Não existe paralisação da Polícia Militar, e sim uma mobilização de familiares, iniciada pelas redes sociais. Estamos atentos às mobilizações e conscientizando a tropa da importância da nossa presença nas ruas", diz a corporação, em nota. Desde quarta-feira (8), o comando da PM tem apelado à população sobre os riscos de uma paralisação, como a que ocorre no Espírito Santo. No 12º BPM, em Niterói, na região metropolitana da capital, aconteceu uma discussão entre um oficial e as manifestantes sobre a permissão de acesso à unidade, que estava bloqueada por uma faixa amarrada em duas tendas. "Vocês podem até segurar essa faixa aqui na entrada, mas amarrar, não. Vamos garantir a passagem", ordenou o oficial, sendo prontamente atendido. "Estamos aqui pedindo apenas o pagamento dos salários, para dar de comer aos nossos filhos", protestou uma das manifestantes. A Constituição veda greves da categoria e as mobilizações de mulheres têm o objetivo de forçar uma suspensão das atividades policiais sem cometer ilegalidades. No Espírito Santo, o movimento ocorre desde a última sexta-feira (3), provocando uma onda de saques, assaltos e mortes. As manifestantes reclamam que a data do pagamento dos salários foi alterada do 5º para o 10º dia útil do mês e cobram o pagamento do 13º salário e de bonificações, ainda não depositados, em função das dificuldades financeiras do governo estadual. Protestam ainda por melhores condições de segurança, como a adoção de carros blindados, a compra de armamentos e coletes à prova de bala, e mudanças nas escalas de serviço. Os servidores da área de segurança e educação têm sido priorizados nos calendários de pagamento do governo estadual, recebendo integralmente os vencimentos – os demais são pagos em parcelas.
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