sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Os mais de 1.000 vôos privados para casa de verão de Sérgio Cabral custariam mais de R$ 20 milhões



O ex-governador do Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral (PMDB) teria um gasto aproximado de R$ 20 milhões caso realizasse vôos privados no mesmo ritmo com que utilizou os helicópteros do Estado para ir a Mangaratiba, onde tem uma casa de veraneio, entre 2007 e 2014. O cálculo considera o que o próprio ex-governador pagou em janeiro e fevereiro de 2015 em vôos privados pagos, de acordo com o Ministério Público Federal, com dinheiro de propina. Os helicópteros do Estado realizaram 1.481 vôos para Mangaratiba. Responsável por alugar aeronaves para Sérgio Cabral, o empresário Pierre Cantelmo Areas apontou em planilha entregue à Procuradoria que cada "perna" do vôo Rio-Mangaratiba custava R$ 13.500,00 ao peemedebista. De acordo com ele, os serviços eram pagos em dinheiro vivo ou depósito bancário. O dinheiro vinha do "caixa" mantido pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar, que firmaram delação premiada e contaram que geriam parte da propina arrecadada. A lista de pousos e decolagens feitos na gestão do peemedebista Sérgio Cabral produzida pela Subsecretaria Militar não apresenta nomes dos tripulantes. Sérgio Cabral admitiu que, em muitos casos, aeronaves oficiais eram usadas para transportar familiares sem a sua companhia. A lista, contudo, mostra a mobilização de várias aeronaves num mesmo dia realizando o mesmo trajeto. O ex-governador é alvo de uma ação popular que aponta o uso abusivo das aeronaves do governo para fins particulares. Em depoimento à Justiça estadual, o peemedebista afirmou que utilizava as aeronaves por orientação da Subsecretaria Militar, que apontava possíveis ameaças ao ex-governador e sua família. O subsecretário-adjunto de Operações Aéreas, Marcos Oliveira César, disse que cada viagem de Sérgio Cabral a Mangaratiba custava, em média, R$ 3.500,00. Era o gasto com deslocamento de viaturas e homens para o local. Ele afirmou que fazer o trajeto de helicóptero era mais econômico do que uma escolta terrestre até Mangaratiba, que fica a 105 km do Rio de Janeeiro. Essa missão custaria, em média, R$ 6.000,00 por demandar mais homens e viaturas para a escolta do então governador. A lista mostra ainda que os helicópteros oficiais foram usados 1.020 vezes para o trajeto da Lagoa até o Palácio Guanabara, de 2007 a 2014. Sérgio Cabral costumava deixar sua casa no Leblon, ia de carro até a base do Estado na Lagoa e voava até a sede do governo. A outra opção seria deslocar-se por dez quilômetros nas ruas do Rio de Janeiro. César afirmou que, em muitos casos, optava-se pelos helicópteros em razão do trânsito. O relatório do governo mostra também que os helicópteros do Estado, em 17 oportunidades, fizeram "escala" em Piraí antes ou depois de seguir para Mangaratiba. A cidade do interior é onde vivem familiares do atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

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