No sétimo dia de caos na segurança pública no Estado do Espírito Santo, o comandante da Polícia Militar, Nylton Pereira, declarou na manhã desta sexta-feira que 703 policiais militares serão indiciados pelo crime de revolta – caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção. Segundo o comandante, os policiais militares tiveram o ponto cortado desde sábado, dia 4, e ficarão sem receber férias e escala especial. “O crime de desobediência, é uma transgressão grave para o militar. Quando evolui para motim, prevê 4 a 8 anos de detenção. Quando os policias estão armados, configura crime de revolta, que prevê pena de 8 a 20 anos. Ontem indiciamos 327 policiais militares por revolta. Hoje indiciamos 376, resultando em 703 indiciados”, afirmou o comandante. O secretário de segurança, André Garcia, afirmou que o governo não tem mais capacidade de diálogo. A categoria reivindica 43% de reposição salarial. Os representantes dos PMs sugeriram, em reunião na quinta-feira, o parcelamento do reajuste – um aumento inicial de 15% e os demais 28% no prazo de 12 meses, mas o governo ofereceu apenas uma possibilidade de reajuste a partir dos resultados de arrecadação do primeiro quadrimestre deste ano, sem apresentar porcentual. “Ontem foi a oitava tentativa junto a representantes das entidades militares e familiares de grevistas. Infelizmente, após uma reunião que durou quase 10 horas, não foi possível sensibilizá-los. As associações entendem que é preciso acabar a greve, mas as mulheres não concordam. Nossa obrigação é reconstruir a polícia militar. Vamos construir uma PM que não volte as suas costas para a sociedade. Se os PMs forem condenados, passarão de militares a bandidos, e serão tratados como tal”, afirmou o secretário.
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