Jorge Cuba, ex-vice-ministro de Transporte do segundo governo de Alan García (2006-2011), foi detido nesta terça-feira (31) no aeroporto de Lima, após seu retorno ao país, acusado de receber subornos de US$ 2 milhões da Odebrecht. Cuba é o primeiro ex-funcionário peruano de alto escalão acusado pelo Ministério Público de ser beneficiário do pagamento de subornos para entregar a concessão da Linha 1 do Metrô de Lima à construtora. O ex-funcionário chegou a Lima procedente de Miami e foi preso pela Polícia para ser interrogado pelo procurador Hamilton Castro, chefe da equipe que investiga os subornos da Odebrecht e de outras empresas brasileiras a funcionários públicos peruanos, informou à imprensa Luis Peña, advogado de Cuba. "Vou colaborar com a Justiça", gritou Cuba, ao ser levado. A Justiça peruana determinou há alguns dias sua prisão preventiva por 18 meses, sob a suspeita de que ele recebeu US$ 2 milhões dos mais de US$ 7 milhões pagos pela empreiteira pela licitação da obra. Peña disse que seu cliente se submeterá a todas as decisões judiciais. Afirmou ainda que está avaliando a situação de Cuba com base nas acusações que pesam contra ele e, então, decidirá como colaborar com as autoridades. Cuba é o terceiro membro do segundo governo de García (2006-20011) que se encontra detido acusado de receber propina da construtora. Estão presos um funcionário do Ministério dos Transportes e um integrante do comitê que licitou a obra do metrô. A Odebrecht admitiu o pagamento de subornos no Brasil e em vários países da América Latina. No Peru, reconheceu subornos a funcionários públicos peruanos por US$ 29 milhões em troca de licitações de obras públicas entre 2005 e 2014. A população exige do governo maior celeridade nas prisões dos envolvidos. Uma comissão do Congresso investiga o tema, e a empresa chegou a um acordo de delação com a Justiça. O período compreende os governos de Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala. Os ex-presidentes Toledo e Humala já são investigados por lavagem de dinheiro.
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