quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Ministro da Justiça confessa, governo do Amazonas sabia da matança e fuga em massa de presídio há meses


A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) tinha informações sobre a fuga em massa de presos em penitenciárias do Estado entre o Natal e o Ano-Novo, antes do massacre que deixou 56 pessoas mortas em uma penitenciária amazonense. A informação foi confirmada hoje (4) pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. “Nós tivemos informação, governo federal, desses informes de inteligência. Não é obrigação de passar informe de inteligência para o governo federal. O governo estadual disse que tomou todas as providências para evitar a fuga”, disse Moraes após se reunir com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmén Lúcia. Alexandre de Moraes negou que o governo federal tivesse conhecimento do planejamento de fuga antes da rebelião que durou cerca de 17 horas no Complexo Penitenciários Anísio Teixeira (Compaj), em Manaus, entre os dias 1º e 2 de janeiro. O motim resultou na morte por degola e esquartejamento de 56 pessoas. Outros quatro presos morreram na Unidade Prisional de Puraquequara, também em Manaus. A rebelião teve como consequência a fuga de 184 presos. Desses, 56 foram recapturados até a noite de terça-feira (3), segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. Boa parte dos mortos era integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), rival da Família do Norte (FDN), grupo ligado à facção Comando Vermelho e do qual a maioria dos presos no Compaj fazia parte. Essa organização criminosa Família do Norte tem um exército de cerca de 200 mil bandidos do Norte e Nordeste do País. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de novas rebeliões, numa possível retaliação do PCC contra a FDN, Alexandre de Moraes respondeu que “nesse momento não, mas rebeliões surgem de repente”. Ele afirmou que o sistema de inteligência e a Polícia Federal de todos os estados fazem uma ação conjunta com o Ministério da Justiça para monitorar e evitar novas ocorrências. Na melhor das hipóteses, esse ministro Alexandre de Moraes se faz de ingênuo. Qualquer idiota neste País, com um mínimo de conhecimento da vida no sistema prisional, uma gigantesca fonte de negócios e grande máquina de corrupção, sabe que toda e qualquer agitação, rebelião, matança, etc,,,, é sempre promovida pelas corporações de Estado envolvidas com as penitenciárias. Se entra celular em um presídio é exclusivamente porque tem um agente penitenciário que participa desse tráfico; se entra arma, o motivo é o mesmo; se entra droga no presídio, também. E se presos têm mordomias, como celas som televisões, geladeiras, fornos de microondas e outros equipamentos, é porque tem agente penitenciário atrás disso. Alexandre de Moraes disse que não é possível afirmar, neste momento, se o governo amazonense deixou de atuar adequadamente para impedir a rebelião e as mortes nos presídios do estado. O ministro deve estar de brincadeirinha com o distinto público: "O governo estadual disse que tomou todas as providências para evitar a fuga. Não está caracterizada nenhuma omissão até o momento. As razões vão ser investigadas pela Polícia Civil. O que é possível afirmar é que uma série de erros ocorreu. Se não, não teria ocorrido o que aconteceu". O ministro disse que ficou constatada a presença de armas de grosso calibre e o uso de celulares à vontade pelos presos dentro do Compaj. Ele culpou os responsáveis pelo controle de entrada do presídio pelas falhas de segurança: "Se as armas entraram, foi falha da fiscalização daqueles que devem tomar conta da entrada do presidio, se celulares entraram, também falha da administração, se bebidas entraram, da mesma forma”. Não foi falha, ministro, foi corrupção. Os agentes penitenciários não são diferentes daqueles que estão atrás das grades. “Eu não tenho dúvidas em afirmar que houve falha de quem toma conta da penitenciária. Porque senão não teria entrado facão, armamento pesado, bebida e celular. Agora, estender isso a outras autoridades, só se houver prova”, acrescentou o ministro da Justiça. É por isso que nunca há uma solução para o problema da segurança pública no Brasil, porque autoridades públicas mascaram a corrupção do sistema. Segundo Moraes, as investigações irão agora apurar se as mortes e a rebelião foram provocadas com o objetivo específico de permitir que as lideranças das facções criminosas escapassem da prisão. Um dado destacado pelo ministro foi o fato de que, mesmo com informes de inteligência sobre uma possível fuga, foram permitidas visitas na noite de Ano-Novo. Vídeos publicados na Internet pelos próprios presos após o massacre mostram a realização de uma festa de Reivellón, com o consumo de drogas, algumas horas antes da rebelião. Quem será que fez a logística para essa festa, senhor ministro?

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