Provedores de uma estatal cubana, a Etecsa, foram usados por um perfil que promoveu ataques ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) nas redes sociais durante a campanha presidencial de 2014. A Etecsa é a empresa de telecomunicações do governo autorizada a fornecer conexão de internet em Cuba. O uso dos provedores da estatal foi revelado em processo que Aécio Neves move há quase três anos na Justiça de São Paulo, com o intuito de quebrar o sigilo dos perfis e identificar seus detratores. A ação tem como alvo disseminadores de informações que vincularam o tucano ao consumo e tráfico drogas, em meio à disputa pelo Palácio do Planalto contra a ex-presidente Dilma Rousseff. O perfil que usou a rede cubana também fez uma série de acusações ao senador de violência contra a mulher. A Justiça de São Paulo tem dado ganho de causa a Aécio Neves e determinou que as redes sociais e provedores de internet e telefonia no Brasil entregassem dados vinculados a 20 perfis que o juiz responsável pelo caso entendeu terem, deliberadamente, atuado para produzir conteúdos degradantes contra o tucano. Segundo os dados entregues à Justiça, o perfil que usou a rede cubana para fazer os ataques foi acessado com login e senha por ao menos três pessoas diferentes. Uma delas é Ana Maria Quaiato, secretária parlamentar do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Além do cargo na Câmara, Quaiato também integrou como suplente o Conselho Municipal de Saúde de São Paulo durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad, também do PT. Pelos documentos obtidos até agora não é possível afirmar que a pessoa que usou provedores da Etecsa para acessar o perfil o fez de um aparelho da própria estatal. O uso do provedor pode ter se dado por meio de uma conexão simples -com a compra de um cartão com pacote de dados, ou por wi-fi em um ponto público ou privado, como casas e hotéis. Para descobrir a localização exata e o tipo de equipamento usado para acessar o perfil, Aécio Neves precisaria obter uma ordem judicial para quebrar o sigilo dos dados de provedores da Etecsa. A assessoria jurídica do senador ainda estuda se impetrará a ação contra a estatal cubana na Justiça brasileira ou na daquele país. Aécio Neves foi o primeiro político de projeção nacional a entrar com ações contra perfis de internet.
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