As autoridades da Turquia estão em busca do responsável por um tiroteio em uma casa noturna lotada em Istambul durante as comemorações de Ano Novo na madrugada deste domingo (1/1), matando ao menos 39 pessoas e ferindo cerca de outras 70, em um ataque terrorista. O terrorista, que se disfarçou com uma roupa de Papai Noel, carregava uma arma de cano longo e matou um policial e um civil na parte externa da popular casa noturna de Istambul, Reina, em volta da 1h15 da madrugada. Ele então entrou no local e começou a atirar nos clientes, de acordo com governador Vasip Sahin. O ministro do Interior, Suleyman Soylu, afirmou que o responsável ainda não foi identificado e está à solta. “Nossas forças de segurança iniciaram as operações necessárias”, disse. A ministra da Família e Políticas Sociais da Turquia, Fatma Betul Sayan Kaya afirmou que as vítimas são de diversas nacionalidades, incluindo Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Líbia e Israel, além de outros países. A ministra falou com a imprensa na parte externa de um hospital, após visitar feridos. O clube noturno Reina fica às margens do Bósforo. Havia cerca de 600 pessoas na casa, frequentada por celebridades e pela elite secular. Quatro dos 69 feridos estão em estado crítico. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, prometeu neste domino combater o terrorismo "até o fim". "Os terroristas agem para destruir a moral do país e para semear o caos, tomando deliberadamente como alvo a paz da nação e dos civis com esses ataques de ódio". Segundo a imprensa turca, uma das vítimas foi o segurança Fatih Çakmak, que havia sobrevivido ao atentado de 10 de dezembro contra um estádio de futebol, em que 45 pessoas morreram. Já havia expectativas de um ataque durante o Ano Novo. Diversos países europeus, como a Espanha, reforçaram medidas de segurança, proibindo a passagem de caminhões na região central. Segundo a mídia local, a Turquia teria sido avisada pelos EUA sobre planos de um atentado nesta noite. O próprio clube Reina teria reforçado sua segurança, segundo uma declaração do proprietário do estabelecimento, Mehmet Kocarslan. A Turquia, um membro da Otan (aliança militar ocidental), vive meses de instabilidade, que devem agora ser agravados por este ataque. Houve uma tentativa frustrada de golpe militar em julho, com mais de 270 mortos, além de uma série de ataques a cidades como Istambul e a a capital, Ancara. Alguns dos atentados foram reivindicados pela facção terrorista Estado Islâmico. Em 19 de dezembro, o embaixador russo na Turquia foi morto enquanto discursava em Ancara por um policial turco fora de serviço. A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, realizando ataques contra seu território, o que pode ter motivado o atentado. O governo turco mediou, ademais, o cessar-fogo atualmente em vigor na Síria. Um grupo ligado ao Estado Islâmico divulgou, há alguns dias, uma mensagem pedindo ataques solitários a celebrações em massa, incluindo os clubes noturnos.
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