Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista da Inglaterra, disse na terça-feira (10) que a livre movimentação dos trabalhadores europeus não é mais uma condição necessária às negociações do "Brexit", a saída do Reino Unido da União Européia. É a primeira vez que o Partido Trabalhista admite isso. A movimentação dentro do bloco europeu é um dos temas mais delicados do processo de separação, aprovado em plebiscito em 23 de junho. A manifestação de Corbyn representa uma tentativa da alta cúpula partidária de se aproximar dos milhões de eleitores que apoiaram o "Brexit" no referendo. O Partido Trabalhista é criticado por não apresentar uma visão clara sobre como será o processo da separação. O Partido Trabalhista é historicamente favorável à integração na União Europeia, mas foi ficou afastado das discussões do último ano em torno da saída do bloco. Há diversas questões em aberto. Até agora não está claro, por exemplo, se o Reino Unido permanecerá no mercado comum europeu, que hoje reúne 500 milhões de consumidores. É improvável que o Reino Unido consiga manter-se no mercado comum se ameaçar a movimentação de pessoas. Ambos são considerados pilares da União Europeia. Corbyn afirmou, durante seu discurso na cidade de Peterborough, que seu partido apoia um controle "razoável" da migração no bloco. A população de Peterborough votou a favor do "Brexit" no referendo de junho. A migração foi justamente um dos temas centrais durante a campanha pelo "Brexit". A aprovação da saída do bloco foi entendida pelos políticos locais, de certa maneira, como sendo um voto contrário à migração. Em sua declaração na terça-feira, Corbyn rejeitou a idéia de repetir o referendo de junho passado. O processo de separação entre Reino Unido e União Europeia só terá início após a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que pode ocorrer até o fim de março.
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