-
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizaram, na manhã de quinta-feira, uma operação contra uma quadrilha que praticava ilegalidades na prefeitura de Foz do Iguaçu, no Paraná, e na Câmara Municipal da cidade. No total, 12 dos 15 vereadores da cidade foram presos durante a ação. Dois delatores do esquema de corrupção afirmaram ao Ministério Público Federal que vereadores recebiam R$ 10 mil por mês a partir de 2015. Um empresário declarou que o diretor de pavimentação da prefeitura disse a ele que a administração municipal iria fraudar a medição do serviço de tapa-buracos para pagar mais do que a empresa deveria receber. Esse dinheiro excedente deveria ser repassado para o funcionário público, que pagaria os vereadores. "Os vereadores recebiam pagamento mensal de R$ 10 mil. Os que eram da situação recebiam para apoiar o governo, e os que eram da oposição, para fazer uma oposição mitigada ao governo. Além disso, havia indicação de familiares dos vereadores para dois a sete cargos comissionados na prefeitura". disse o procurador Alexandre Porciúncula. De acordo com a Polícia Federal, somente em algumas obras de pavimentação em Foz do Iguaçu, submetidas a exame pericial, foram constatados prejuízos de cerca de R$ 4,5 milhões. Além disso, a péssima qualidade das obras reduzirá consideravelmente a vida útil do asfalto colocado nas ruas da cidade. Foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 11 de condução coercitiva e 39 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso, nas cidades de Foz do Iguaçu, Curitiba, Cascavel (PR), Maringá (PR), Pato Branco (PR), Recife e Brasília. Sem quórum, a sessão de quinta-feira da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu foi adiada. Os vereadores deveriam votar o orçamento do município, mas a sessão foi adiada para a terça-feira, quando devem ser chamados os suplentes dos 12 parlamentares que foram detidos. Ainda na quinta-feira, a Polícia Federal fez buscas na casa do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi, que vive em Maringá (PR). Em Brasília, agentes federais estiveram no Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. As investigações fazem parte da Operação Pecúlio e se valeram de delações premiadas. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu. A ação de quinta-feira, a 5ª fase da Pecúlio, recebeu o nome de Nipoti, em referência a um favorecimento de parentes nas contratações das obras. A administração de Foz do Iguaçu está sendo investigada desde o ano passado. Para o Ministério Público Fedeeral, o prefeito Reni Pereira (PSB) montou um esquema de corrupção na cidade que envolvia vereadores, secretários e empresários. Afastado da prefeitura, Pereira está preso em regime domiciliar desde 14 de julho e é réu em uma ação que apura se ele praticou os crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, usurpação de função pública. Ao todo, 85 pessoas já respondem pelo esquema de corrupção em Foz do Iguaçu, que teria desviado cerca de R$ 10 milhões, segundo o Ministério Púbico Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário