Citado nas delações de executivos da Odebrecht, o presidente Michel Temer enviou nesta segunda-feira uma carta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que classifica como “ilegítima” a divulgação de “supostas colaborações premiadas”. Temer também pede à Procuradoria Geral da Repúbica celeridade nas investigações em andamento. “Com isso, a eventual responsabilidade criminal dos investigados será logo aferida”, disse o presidente. Obviamente, isso é jogada para a arquibancada, para iludir a visão do povo brasileiro com embaixadinhas inúteis. “A condução dessas e de outras políticas públicas a cargo da União vem sofrendo interferência pela ilegítima divulgação de supostas colaborações premiadas e investigações criminais conduzidas pelo Ministério Público Federal, quando ainda não completado e homologado”, escreveu o presidente. Ah, é?!!! A iniciativa de Temer ocorre após ele ter o seu nome e o da cúpula do PMDB, citados na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, o delator propineiro Cláudio Melo Filho. A estratégia do governo é questionar a legalidade da divulgação. O escalado, inicialmente, para fazer as críticas ao vazamento seria o senador Romero Jucá (PMDB-RR), mas após diversas reuniões o presidente decidiu tomar iniciativa e assinar o documento à Procuradoria Geral da República junto com a Advogada-Geral da União, Grace Mendonça. No sábado, Janot informou que iria solicitar uma investigação para apurar o vazamento de anexo de delação da Odebrecht. Seria melhor se ele dissesse que ia mandar apurar com todo o rigor o que foi denunciado. Na carta, Temer atribui a necessidade da celeridade às investigações “as ssérias crises econômica e política” que o País atravessa, destaca ações do governo para a retomada do crescimento e diz que o requerimento pela celeridade tem por objetivo ajudar o País. Muito patriota..... Nos 13 anos em que deu suporte aos governos do PT ele não viu o que estava acontecendo? Ele é igual a Jorge Gerdau Johannpeter no Conselho de Administração da Petrobras? Temer diz ainda que o vazamento das delações gera um clima de “desconfiança, incerteza”, obstruindo ações do governo. O presidente destaca que o “fracionado” e lento desenrolar dos procedimentos pré-processuais envolvendo “múltiplos agentes políticos, funciona como elemento perturbador de uma série de áreas de interesse da União”. Temer está deixando claro sua pressão sobre a Operação Lava Jato e que ela precisa ser encerrada. O presidente destaca que seu governo está empenhado em reformas estabilizadoras para reverter os cenários social e macroeconômico de médio e longo prazo, reforça que a celeridade de uma resolução envolvendo as delações são medidas “indispensáveis à superação da situação fática vivenciada pelo País e que muitos prejuízos têm trazido à União e, consequentemente, a toda a população brasileira”. A carta foi recebida às 16h55 por Janot, de acordo com a cópia do documento divulgado pelo Planalto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário