O governo da Itália prepara-se para assumir uma participação majoritária de 2 bilhões de euros (aproximadamente 7,26 bilhões de reais) no banco mais antigo do mundo, o Monte dei Paschi di Siena. O movimento ocorre após a renúncia do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, que reduziu as chances de a instituição conseguir um financiamento privado. O governo italiano já é o maior acionista do banco, com uma fatia de 4%, mas planeja comprar títulos detidos por italianos para elevar sua participação para 40%. O banco está tecnicamente falido. Ao assumir fatia majoritária, o Tesouro poderia controlar o terceiro maior banco da Itália e também as reuniões de acionistas. Um decreto do governo autorizando o acordo, no qual o Estado compraria títulos subordinados de investidores do varejo e os converteria em ações, pode sair ainda neste fim de semana. O Monte dei Paschi precisa levantar 5 bilhões de euros até o fim deste mês, mas investidores privados estão relutantes em ceder capital depois que Renzi perdeu no domingo o referendo sobre a permanência da Itália na zona do euro e anunciou planos de renunciar ao cargo. O banco deve captar 1 bilhão de euros por meio de uma conversão de bônus com investidores institucionais. O governo da Itália espera que uma participação de 2 bilhões de euros possa persuadir outros a participar da injeção de capital. “É uma nacionalização de fato, com forte presença do Estado, o que pode atrair outros investidores e permitir que a transação seja concluída”, disse uma das fontes. O Tesouro e o Monte dei Paschi se recusaram a comentar. Renzi deve deixar o cargo dentro de alguns dias e pode ser substituído pelo ministro de Economia ou outro político. No entanto, uma eleição antecipada pode ser convocada no próximo ano, alimentando temores entre investidores de que um partido contrário à zona do euro possa assumir a liderança do país. Fundado em 1472, o Monte dei Paschi di Siena anunciou no final de outubro que vai cortar 2.600 funcionários como parte dos planos para recuperar a saúde financeira da instituição. Além do corte de 10% do total de seu quadro de funcionários, o banco vai fechar cerca de 500 agências até 2019. Os cortes são parte de um plano para tirar o banco da situação atual e atrair investimentos para um plano de 5 bilhões de euros em recapitalização. Os maus empréstimos da instituição preocuparam investidores, empurrando o banco para um colapso. Como resultado dos novos cortes, a esperança da gestão é de um lucro líquido de mais de 1 bilhão de euros até 2019 e um retorno sobre o patrimônio de cerca de 11%.
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