Ex-assessor do deputado José Janene, João Cláudio Genu foi condenado nesta sexta-feira (2) a oito anos e oito meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Ele é acusado de ter recebido pelo menos R$ 4,3 milhões em propina da Petrobras, além de quantias em dólar e em euro. Genu, que está preso em Curitiba, também operou o esquema junto com o doleiro Alberto Youssef, após a morte de Janene – um dos líderes do PP e que detinha a indicação da diretoria de Abastecimento da estatal. Na sentença, o juiz Sergio Moro afirma que há provas "acima de qualquer dúvida razoável". "João Cláudio Genu, como ele mesmo confessa, tinha pleno conhecimento das propinas pagas pelas empresas fornecedoras da Petrobras a Paulo Roberto Costa e aos agentes políticos, entre eles parlamentares federais, do Partido Progressista, mas mesmo assim concordou em intermediar pagamentos, além de receber parcela em benefício próprio", escreve o juiz. Entre as provas mencionadas pelo juiz, estão registros de pagamentos a Genu em planilhas de Youssef e seus funcionários, além do depoimento de delatores da operação e da própria confissão do réu durante o processo. Genu, também condenado no escândalo do Mensalão do PT, admitiu parte dos crimes, dizendo que acompanhou Janene em reuniões com empreiteiras e com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para tratar de propina. Disse receber, na época, R$ 50 mil por mês, e afirmou ter repassado dinheiro também a Costa. O ex-assessor foi considerado culpado de corrupção e associação criminosa. Foi absolvido, porém, da acusação de lavagem de dinheiro pela compra de jóias à sua esposa - Moro considerou que não havia prova suficiente de que ele possuía as jóias, já que ele negou a compra e que as notas fiscais apresentadas pela acusação não eram nominais, nem tinham a descrição das peças. Também foi condenado Rafael Ângulo Lopez, ex-funcionário de Youssef, que fazia pagamentos de propina a Genu e a outros agentes públicos. Delator da Lava Jato, ele cumpre pena em regime aberto diferenciado. Um antigo sócio de Genu, Lucas Amorim Alves, que recebeu parte dos pagamentos para o ex-assessor, foi absolvido por falta de provas de que tenha agido com dolo.
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