segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Temer diz que encontrou "déficit de verdade" ao assumir governo



O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira que as contas do governo Dilma Rousseff “simplesmente não fechavam” e que encontrou um “déficit de verdade” ao assumir o Planalto. “No Brasil que nós encontramos, não havia apenas um déficit fiscal. Havia também — lamento dizer — um certo déficit de verdade. E não é possível continuar assim. É preciso encarar os fatos tal como são. Por muito tempo, o governo gastou mais do que podia. Agora a realidade bate a porta e cobra naturalmente o seu preço”, afirmou o presidente na cerimônia de abertura do 45ª Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Com o intuito de pontuar as diferenças da sua gestão, Temer afirmou a necessidade das reformas, como a da Previdência, e que o Brasil só voltará a crescer “se substituirmos o ilusionismo pelo lucidez”. “Se prosseguíssemos naquele ritmo, em 2024 teríamos de fechar o Brasil para balanço”. O Conselho é formado por 96 membros, entre os quais estão celebridades como o ator comunista Milton Gonçalves, o ex-jogador de futebol Raí e o técnico da seleção de vôlei Bernardinho; e nomes do empresariado brasileiro, como Abílio Diniz, da BRF, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Claudia Sender, da TAM, e Jorge Gerdau, da Gerdau. É uma pomposa inutilidade, incapaz de gerar qualquer resultado significativo, porque seus membros já demonstraram sua incapacidade e incompetência, como é o caso do industrial Jorge Gerdau. Ele esteve todo o tempo do governo petista como conselheiro da Petrobras, e a estatal foi violentamente arrombada e assaltada debaixo de seu nariz, sem que ele nada fizesse. Temer afirmou que os conselheiros agora fazem parte do governo e os classificou como “agentes da governabilidade”. Portanto, nada a esperar, se depender de gente como Jorge Gerdau. Também destacou a relevância do Congresso no debate das medidas anti-crise, citando em especial a reforma da Previdência. “É importante ter o apoio do Parlamento para que tudo que nós produzimos a favor do país seja avaliado. O déficit era de 170 bilhões de reais, e o da Previdência Social poderá chegar a 140 bilhões de reais. São déficits assustadores que ruíram a confiança dos investidores e dos consumidores. O preço desse descuido não é pago pelo governante que gasta demais. É pago pelo trabalhador que sente os efeitos da irresponsabilidade no emprego e no bolso”, disse. Em seu discurso, Temer também disse que “não há diálogo construtivo sem franqueza” e ressaltou que o diálogo é um dos suportes de seu governo “ao lado da ideia de que é preciso reformar para crescer”. “O diálogo não deve ser mero acessório, é traço fundamental na democracia”, completou.

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