O presidente da Petrobras, Pedro Parente, prevê que a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos não deve ter impacto direto para o Brasil e para a Petrobras. Em sua campanha, o mercado de petróleo e gás foi um dos temas citados com frequência por Trump. Se cumpridas, promessas como remover regulações ambientais para a exploração nos EUA, reduzir importações, peitar o cartel dos exportadores de petróleo e renegociar o acordo nuclear com o Irã, poderiam ter impacto significativo nos preços do petróleo. Em evento em Washington nesta quarta -feira(16) organizado pelo Brazil Institute, do Wilson Center, Parente observou que há três grupos de opinião em relação a Trump, um de que "vai ser terrível", outro que não sabe o que vai acontecer, e um "menor", prevendo que as coisas vão melhorar. "Não vou dizer que algum deles está certo. Mas o impacto para o Brasil e para a Petrobras será muito mais indireto que direto. Não temos um acordo comercial com os EUA, então estamos numa situação diferente da de outros países. Entendo porque esses países estão preocupados, mas não acho que é o caso do Brasil e da Petrobras", disse. Para ele, o impacto indireto para o País virá das consequências que as políticas de Trump terão para a economia mundial "não especificamente o Brasil". Em relação ao possível "efeito Trump" nos preços do petróleo, o presidente da Petrobras afirmou que a estatal mantem sua estimativa de que o barril ficará entre US$ 45,00 e US$ 65,00 nos próximos dois anos, e entre US$ 60,00 e US$ 70,00 nos dois anos seguintes. Nesta quarta-feira, o barril teve queda de 0,31%, para US$ 45,67. "Sobre o impacto nos preços do petróleo, eu sempre lembro o que o ex-ministro Delfim Netto dizia sobre a taxa de câmbio, que é uma variável criada pelo demônio para desmoralizar os economistas. Eu acho que é muito difícil prever o preço do petróleo, especialmente nestas circunstâncias em transformação" afirmou. Depois de passar por Nova York, Parente repetiu na capital americana uma apresentação em que enumerou alguns progressos na situação da Petrobras desde que assumiu a presidência da estatal, no fim de maio. Ele afirmou que a Petrobras foi vítima de uma "gangue" que a levou à deterioração de suas contas e a uma dívida de US$ 123 bilhões, a maior do mundo para uma empresa listada em bolsa.
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