domingo, 27 de novembro de 2016

Os ministros caídos de Temer



Desde que assumiu o governo interinamente em maio, o presidente Michel Temer viu escândalos eclodirem entre seus ministérios. Em seis meses de governo, Temer teve seis baixas entre seus ministros. Um ministro por mês, em média. A primeira baixa aconteceu em maio quando o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Romero Jucá, foi flagrado em áudios vazados com o ex-presidente da Transpetro falando em “estancar a sangria”, se referindo à Operação Lava Jato. Neste mês, Jucá foi oficializado como líder do governo no Senado. Na época, ele pediu demissão do cargo e atualmente exerce seu mandato de senador pelo PMDB. O último acontecimento que abalou, mais uma vez, a estrutura do governo Temer foi o pedido de demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero, na última sexta-feira, alegando que o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, estava o pressionando para a liberação de uma obra embargada de seu interesse na Bahia. Na sexta-feira foi a vez de Geddel pedir demissão após a crise ter se instalado no governo. Em carta, Geddel afirma que “é hora da sair”. Abaixo, a lista dos seis ministros que deixaram o governo: 
1. Romeró Jucá 


Em maio deste ano, o senador Romero Jucá foi exonerado do cargo de ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo de Michel Temer após ser flagrado em conversas, gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Nas gravações, Jucá afirmava que era necessário "estancar essa sangria", se referindo a Operação Lava Jato. Jucá também propõe um “pacto” para conter o avanço das investigações e fala “a saída é o Michel [Temer] e o Eduardo [Cunha]”. Neste mês, Jucá foi oficializado como líder do governo no Senado. Ele exerce o mandato de senador pelo PMDB. 

2. Fabiano Silveira 


Em maio, Fabiano Silveira, então ministro da Transparência do governo Temer, pediu demissão do pasta após ser flagrado em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado onde fazia críticas a Operação Lava Jato e dava conselhos ao presidente do Senado Renan Calheiros. As conversas aconteceram em fevereiro e Silveira ainda atuava no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

3. Henrique Eduardo Alves 


Em junho, o então ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo após ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. Machado diz ter pago 1,55 milhão de reais a Alves. 

4. Fábio Medina Osório 


Em setembro, Fábio Medina Osório, ex-advogado Geral da União, denunciou que o governo tinha a intenção de "abafar a Lava Jato" após ser demitido pelo presidente Michel Temer. Medina foi demitido sob a justificativas de que não conseguiu se firmar no cargo, tinha dificuldade de dialogar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e enfrentava problemas internos na AGU. Em entrevista a VEJA no mesmo dia da demissão, o ex-ministro disse que saía do posto porque o governo não queria fazer avançar as investigações da Lava-Jato que envolviam aliados. 

5. Marcelo Calero 


Na sexta-feira da semana passada, o então ministro da Cultura pediu demissão da pasta alegando que estava sendo pressionado pelo ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria do Governo. Calero afirma o ministro o procurou cinco vezes para reverter um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) da Bahia que havia embarcado a construção de um prédio onde Geddel havia comprado um apartamento. O titular da pasta à época se negou a contrariar o parecer do IPHAN. Calero ainda disse o presidente Michel Temer “enquadrou” para que ele encontrasse uma “saída” para a questão envolvendo o prédio La Vue Ladeira da Barra, em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento. 

6. Geddel Vieira Lima 

 
Nesta sexta-feira, o ministro da Secretaria do Governo Geddel Vieira Lima pediu demissão da pasta. Em carta entregue, o ex-ministro afirma que "é hora de sair" e fala em "limite da dor". A demissão ocorre depois de Geddel ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tentar usar o cargo para pressionar pela liberação de uma obra de seu interesse na Bahia.

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