O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, afirmou que o governo vai avaliar a melhor saída para a Infraero na concessão do Aeroporto do Galeão (RJ). De acordo com ele, o governo já colocou pouco mais de R$ 900 milhões nessa concessão, onde a estatal é sócia da Odebrecht e da Changi (Cingapura), e poderá deixar a sociedade sem faturar absolutamente nada, ficando com o prejuízo. A outra alternativa é permanecer na sociedade para tentar recuperar o investimento nos 22 anos de contrato restantes. Segundo ele, não há decisão e a reunião de hoje vai avaliar a melhor alternativa. "Vamos avaliar se o prejuízo vai ser esse (R$ 900 milhões) ou se não vai ter mais R$ 1 bilhão no ano que vem, R$ 2 bilhões depois. Temos que analisar as consequências de ficar ou de sair", disse Quintella após cerimônia no ministério de assinatura de renovação de contrato de dois novos terminais portuários. O secretário do PPI, Moreira Franco, afirmou que o governo ainda trabalha para melhorar o texto de uma medida provisória que pretende permitir a renegociação dos contratos de concessão no setor de transportes. Ele disse que o problema a ser solucionado é das empresas e também do governo, já que, no caso dos aeroportos, a Infraero é sócia das concessões. Cobrado sobre se iria viajar para a Europa na próxima semana, onde vai apresentar o programa Crescer a investidores, sem a definição da medida provisória, o ministro brincou: "Para viajar precisamos de uma boa ideia e do passaporte em dia". O ministro e o secretário do PPI anunciaram a renovação de dois contratos de terminais portuários, um em Salvador (BA) e outro em Paranaguá (PR), que prometem investimentos de R$ 850 milhões para ampliação das operações. Em troca da prorrogação, os terminais de contêineres de Salvador e de fertilizantes de Paranaguá vão poder operar o espaço por mais 25 anos. De acordo com os dados do ministério, com as obras poderão ser gerados cerca de mil empregos diretos. Outros 20 terminais estão em análise para terem seus contratos renovados. Dois terminais públicos de combustíveis em Santarém (PA), com investimentos de R$ 30 milhões previstos; e um terminal de trigo no Rio de Janeiro (RJ), com investimentos ainda não definidos, devem ter editais para leilão ser publicados até o fim do mês, segundo o ministro. Para acelerar os investimentos na área, o ministro prometeu que finalizará uma análise ainda este ano de revisão do marco legal do setor portuário, para que as avaliações de projetos de investimentos sejam feitas com maior celeridade e seja possível gastar cerca de R$ 20 bilhões ainda nesta década em cerca de 140 projetos de novos terminais portuários privados, sendo 67 já aprovados. O secretário do PPI, Moreira Franco, afirmou que o anúncio dos novos investimentos fazem parte do calendário previsto no plano do governo dentro do prazo e que, com isso, está restabelecendo a confiança para os investidores no setor. "A confiança não é pirotécnica, não é lantejoulada", disse o secretário do PPI, Moreira Franco, numa crítica indireta aos anúncios do governo anterior.
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