Um grupo de 26 dos 58 deputados da bancada do PT divulgou nesta quarta-feira manifesto repudiando qualquer tentativa de incluir, no projeto das dez medidas de combate a corrupção, a anistia ao caixa 2 cometido no passado. No documento, os petistas afirmam que este é mais um movimento do golpe parlamentar que tirou Dilma Rousseff do poder e tem por objetivo proteger deputados que votaram a favor do impeachment e podem ser enquadrados neste tipo de crime. "Queremos repudiar qualquer tentativa de anistia ao caixa dois, que se pretenda, como penduricalho, agregar a estas medidas contra a corrupção. Entendemos que seja este um dos objetivos do golpe: "Estancar a sangria", nas palavras de um dos golpistas; proteger deputados que votaram pelo impeachment da presidenta Dilma e que podem ser envolvidos com este crime eleitoral nas investigações em curso", diz um trecho do manifesto. " Por outro lado, reiteramos que é inaceitável criminalizar doações legais e devidamente contabilizadas". O documento também apóia as medidas contra a corrupção do projeto, mas enfatiza que as "Dez Medidas" não podem, mesmo nos seus propósitos meritórios, contribuir para a redução do direito de defesa, o que irá penalizar, com certeza, a população mais pobre". O manifesto acrescenta: "A luta contra a corrupção não pode, sob nenhuma escusa, ocorrer a expensas da parcela mais desprotegida e menos privilegiada da população". Esse grupo está brigando internamente na bancada contra o apoio do PT a emenda que circula entre os deputados e tem por objetivo a anistia ao caixa 2. Parte da bancada defende que o PT se alie aos outros principais partidos da Casa e apoiem a emenda ao texto do projeto das dez medidas. Deputados petistas do grupo contra a emenda afirmam que estão sendo feitas muitas ameaças, inclusive de incluir na emenda texto para prejudicar o PT, excetuando da anistia o que for fruto de interesses em obras com o governo. "Estão fazendo todo tipo de ameaça, mas não concordaremos em assinar a emenda. Os nossos já estão pagando o preço. Agora, que é a vez dos deles, querem anistiar? Eles que se entendam com o juiz Moro", ironizou um dos deputados que assinou o manifesto. Assinaram o documento: Margarida Salomão (PT-MG), Henrique Fontana (PT-RS), Moema Gramacho (PT-BA), Waldenor Pereira (PT-BA), Givaldo Vieira (PT-ES), Paulo Pimenta (PT-RS), Elvino Bohn Gass (PT-RS), Pepe Vargas (PT-RS), Luizianne Lins (PT-CE), Zé Carlos (PT-MA), Pedro Uczai (PT-SC), Helder Salomão (PT-ES), Padre Luís Couto (PT-PB), Érika Kokay (PT-DF), Padre João (PT-MG), Ana Perugini (PT-SP), Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), Raimundo Angelim (PT-AC), Chico Dângelo (PT-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), João Daniel (PT-SE), Jorge Solla (PT-BA), Décio Lima (PT-SC), Marcon (PT-RS), Valmir Assunção (PT-BA) e Paulo Teixeira (PT-SP).
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