O presidente Michel Temer orientou a equipe econômica a viabilizar uma alternativa que evite o atraso do pagamento do 13º salário a servidores públicos por governos estaduais que enfrentam crise financeira. O Ministério da Fazenda tem estudado uma solução geral, que envolva todas as unidades da federação, para o risco de inadimplência. O peemedebista, contudo, quer equivalência entre todos os governos estaduais, não deseja que uma ajuda federal coloque em risco o ajuste fiscal e pretende cobrar contrapartidas em troca de uma eventual liberação de créditos. A questão foi discutida nesta sexta-feira (11) entre o presidente e o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), em reunião no Palácio do Planalto. O presidente avisou a assessores e auxiliares que pretende se debruçar sobre o tema no final de semana e que permanecerá em Brasília no feriado da Proclamação da República para tratar do tema. O receio da administração federal é que o atraso no pagamento fortaleça em dezembro os atuais protestos pelo País, que poderão ganhar conotação política e dar fôlego novamente às manifestações de "Fora Temer", que perderam força desde outubro. Para o Palácio do Planalto, os protestos desta sexta-feira (11) contra medidas do governo federal não vão atrapalhar a aprovação da proposta do teto de gastos públicos no Senado Federal. O presidente havia sido aconselhado a enviar ao Congresso Nacional a reforma previdenciária no início de dezembro, logo após o primeiro turno da proposta do teto de gastos. Nas palavras de um assessor presidencial, ele, assim, daria uma sinalização consistente ainda neste ano ao mercado financeiro e aproveitaria uma "onda positiva" sobre o assunto. Ele, contudo, teme que o envio no próximo mês possa fazer com que as centrais sindicais se envolvam com as manifestações de rua, fortalecendo-as ainda mais.
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