quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Banco Safra processa Samarco nos EUA por desastre em Mariana


Credores americanos da mineradora brasileira Samarco entraram com pedido de indenização contra a empresa na segunda-feira, em Nova York, nos EUA. Eles acusam a companhia de dar falsas declarações sobre o rompimento da barragem de rejeitos de mineração de Fundão, em Mariana (MG). A ação foi apresentada pela sucursal do Banco Safra nas Ilhas Cayman, individualmente e em nome de investidores detentores de títulos da Samarco com vencimento em 2022, 2023 e 2024. Eles argumentam que a Samarco e Ricardo Vescovi, presidente da companhia na época do acidente, fizeram declarações falsas ou enganosas relacionadas aos defeitos sistêmicos e estruturais de longa data na barragem. O Banco Safra também alega que investidores foram levados a crer que a Samarco havia tomado medidas para evitar um desastre catastrófico em sua barragem de rejeitos de Fundão, mas essas medidas não existiram. A companhia suspendeu a produção após o desastre. O processo busca compensação para danos causados por supostas violações das leis do mercado de capitais dos Estados Unidos e busca a abertura de uma ação coletiva para investidores. Foi dito que Nova York era a jurisdição apropriada, porque o banco comprou notas da Samarco de corretores operadores e contrapartes no distrito. A Samarco, uma joint venture entre Vale e BHP Billiton, tem 2,2 bilhões de dólares em pagamentos de obrigações pendentes. A companhia está em "default" após não efetuar dois pagamentos de juros relacionados às suas obrigações. O rompimento da barragem é considerado o maior desastre ambiental no Brasil. O acidente provocou um rio de lama que matou 19 pessoas em Minas Gerais, deixou centenas desabrigadas e poluiu o Rio Doce.

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