Todos os presos pela operação Sevandija, deflagrada pela Polícia Federal e o Gaeco, do Ministério Público paulista, conseguiram habeas corpus para deixar a prisão nos últimos dias e já estão em casa. A operação – cujo nome significa "parasita" – foi deflagrada no dia 1º de setembro e apura um esquema de corrupção responsável por desviar dinheiro de contratos que somam ao menos R$ 203 milhões na prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). A primeira fase da operação foi encerrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público com 31 pessoas denunciadas por irregularidades na terceirização de mão de obra a órgãos públicos, na contratação de obras da rede de água e no pagamento de honorários advocatícios a um escritório. Entre os crimes atribuídos aos envolvidos está o de organização criminosa e corrupção ativa e passiva. Os presos foram soltos após conseguirem, a partir de quarta-feira (5), liminares no Superior Tribunal de Justiça para deixar as prisões em que estavam. A Sevandija resultou nas prisões de 16 pessoas e nas suspensões dos mandatos de nove parlamentares, dos quais oito não se reelegeram no último domingo (2). Na sexta-feira (7), seis dos que foram soltos estiveram no Fórum de Ribeirão Preto para assinar documentos referentes à soltura, entre eles os ex-secretários da prefeitura Marco Antonio dos Santos e Luchesi Junior, além do empresário Marcelo Plastino, dono da empresa Atmosphera, suspeita de envolvimento fraudulento na terceirização de mão de obra para a prefeitura. Nenhum deles comentou o escândalo ou a prisão. Os envolvidos nas investigações estão proibidos de manter contato com os outros investigados pela Sevandija, não podem sair da cidade, estão proibidos de entrar em prédios públicos e também devem comparecer ao Fórum a cada 15 dias. Após a deflagração da Sevandija, a prefeitura se viu obrigada a romper contrato com a Atmosphera, que tinha 586 funcionários distribuídos na administração. Com isso, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD), sob a alegação de não ter estrutura para atender os moradores, decidiu reduzir os horários de atendimento. A suspeita da operação é que a prefeitura usava a Coderp (companhia de desenvolvimento) para contratar a empresa Atmosphera, por meio de licitações fraudulentas, para abrigar funcionários terceirizados que deveriam ser contratados em concurso público. Esses funcionários eram indicados por aliados da prefeita, sobretudo vereadores. Além de perder os quase 600 terceirizados, o governo Dárcy viu três secretários serem presos na operação. A prefeita foi flagrada em grampos telefônicos que indicam que ela usou a distribuição de cargos no governo, numa triangulação feita com uma empresa suspeita, para comprar apoio político dos vereadores na Câmara, de acordo com a operação.
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