A Odebrecht revelou à Lava Jato que R$ 23 milhões da empreiteira foram destinados à campanha presidencial de José Serra (PSDB) via caixa dois em 2010. Parte do dinheiro teria sido repassada por meio de uma conta na Suíça. A Odebrecht apontou dois nomes como sendo os operadores dos R$ 23 milhões à campanha de Serra, hoje ministro das Relações Exteriores do Governo de Michel Temer (PMDB). “O acerto do recurso no Exterior, segundo a Odebrecht, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra”: “O caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra”. Os repasses foram mencionados por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. “Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais”. Essa foi a primeira menção ao nome de Serra na investigação que apura esquema de desvio de recursos na Petrobras. Para corroborar os fatos relatados, a Odebrecht promete entregar aos investigadores comprovantes de depósitos feitos na conta no EExterior e também no Brasil. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, a empreiteira doou oficialmente em 2010 o total de R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional da campanha do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos). Os executivos da Odebrecht disseram aos procuradores que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB, que depois teria distribuído parte dos R$ 23 milhões a outras candidaturas.
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