A legenda que defendeu Banco Central independente em 2014 agora recorre até ao Supremo para tentar impedir a votação de uma PEC que estabelece limite aos gastos públicos
Por Reinaldo Azevedo - O que se passa com Marina Silva e sua Rede, hein? Ao partido parece que não bastou ter sido humilhado nas urnas nas eleições municipais. A turma resolveu disputar os decibéis da estridência com o PSOL. O naniquismo está lhe subindo à cabeça. É espantoso. Quem viu Marina a defender em 2014 o Banco Central independente não ligaria a prática de agora do partido àquela pregação. A legenda quebrou a cara no impeachment. Tão logo a denúncia contra Dilma foi apresentada à Câmara, afirmou não ver motivos para o impedimento. Quando o tema incendiou o país, Marina se disse favorável, mas o representante do partido na Comissão Especial do Impeachment, Aliel Machado (PR), egresso do PCdoB, não só votou contra como foi um militante incansável em defesa do mandato de Dilma. No plenário da Câmara, os quatro votos da sigla se dividiram: dois contra (além de Aliel, Alessandro Molon-RJ) e dois a favor: Miro Teixeira (RJ) e João Derly (RS). Quando a questão chegou ao Senado, o único representante da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), saído das hostes do PSOL, mostrou-se um verdadeiro leão na luta contra o impeachment. Mas Marina se dizia a favor. Com Dilma já impichada, o partido entrou na canoa furada e inconstitucional das novas eleições. Foi à TV defender a tese ridícula. Agora, por ocasião da PEC 241, a Rede volta a se comportar como um partido de extrema esquerda: a legenda integrou as siglas que recorreram ao STF contra a proposta e deu três de seus quatro votos contra o texto. Desta vez, Derly não compareceu. Eis aí o retrato de um partido irrelevante, barulhento e sem identidade. Marina se perdeu.
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