O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), afirmou nesta segunda-feira que o resultado das eleições de 2016, nas quais o número de prefeitos eleitos do PT caiu quase 60%, é conjuntural e que o partido mostrou força e superação. "Superamos de cabeça erguida o período mais difícil pelo qual um partido já passou. O PT tem vigor político. É um partido forte e que resiste a um ataque sistemático, quase indo para o segundo turno em São Paulo e Porto Alegre e disputando cidades importantes. Essa situação do PT é conjuntural", afirmou. Florence disse que o partido sofreu uma "redução expressiva", mas ressaltou que está maior do que quando chegou ao poder no governo federal, em 2002. Acredita que o quadro não guarda relação com 2018 porque a Operação Lava-Jato, apontada por ele como uma das causas da queda de rendimento, vai afetar outras legendas. "Se a Lava-Jato tem objetivo de combater a corrupção, as delações que envolvem o PSDB e outros irão avançar e ficará claro que foi no governo do PT que se permitiu a investigação, diferentemente de agora, quando o ministro da Justiça anuncia operação da Polícia Federal em comício", afirmou o petista. Ele garantiu que o partido precisa fazer uma discussão programática e que isso deve levar a legenda a se aproximar de outros partidos da esquerda, como PDT, PCdoB, PSOL e Rede. "O fundamental é uma unidade programática com sustentação popular. Se vai ser frente ou outro nome não importa, precisamos discutir o conceito", disse ele. Florence afirmou que "há muita água para rolar" em relação ao futuro político do poderoso chefão da Orcrim petista e ex-presidente Lula, mas não descartou que o partido possa, no futuro, apoiar um candidato à Presidência de outra legenda. "Durante muitos anos tínhamos uma candidatura deste campo que era natural, e que deu muito certo, com muitas conquistas. Se surgir outra pessoa desse campo que consiga se viabilizar não tem por que não apoiar. O PT, por exemplo, apoiou candidatos de outros partidos no Rio e em Salvador agora", afirmou.
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