O ex-chefe de gabinete do "porquinho" petista Antonio Palocci (ministro da Fazenda e Casa Civil durante governos do PT) prestou depoimento por mais de duas horas na manhã de quinta-feira. Branislav Kontic, o Brani, está preso temporariamente desde a última segunda-feira, quando foi capturado pela Operação Omertà, 35ª fase da Lava-Jato. O advogado que defende Branislav Kontic e Antonio Palocci é o criminalista José Roberto Batochio. "O processo está em segredo de Justiça. Nós não podemos revelar o teor do depoimento (de Branislav). Quero dizer que ele, como já disse anteriormente, é inocente", declarou Batochio após o depoimento de Brani. A investigação da Omertà afirma que Palocci, com "importante e constante auxílio" de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. Segundo o Ministério Público Federal, a atuação do ex-ministro se deu inclusive no período em que exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e diversos encontros. A força-tarefa da Lava-Jato aponta que e-mails e anotações apreendidos durante a operação indicam que os acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais. Os encontros, de acordo com a Procuradoria da República, foram realizados "por diversas vezes" nos endereços residencial e profissional do ex-ministro - agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor, Branislav Kontic. Além do auxílio de Kontic, apurou-se que o recebimento dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado, seu ex-assessor.
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