domingo, 30 de outubro de 2016

Eleitores que se abstiveram, votaram em branco ou nulo, foram mais do que os votos dados a Marchrezan Junior; portoalegrense é alienado


Em Porto Alegre, 402 mil eleitores escolheram Nelson Marchezan Júnior e 262 mil optaram pelo vice-prefeito, mas o maior contingente preferiu mesmo não votar neles. A soma de abstenções, brancos e nulos passou de 433 mil — 30 mil pessoas a mais do que as que elegeram prefeito o candidato do PSDB. Em comparação com eleições anteriores, foi uma disparada histórica na proporção dos que não votaram em nenhuma das duas opções disponíveis. Uma em cada quatro pessoas habilitadas (25,2%) sequer compareceu à seção eleitoral, sete pontos percentuais acima do registrado no segundo turno de 2012 e praticamente o dobro dos ausentes em 2000. Foram 277 mil abstenções — mais do que o número de votos do atual vice-prefeito. O índice dos que se deram ao trabalho de comparecer diante da urna e não selecionar nenhum dos dois candidatos foi o maior desde 2000. Os nulos representaram 13,36% (109 mil pessoas), contra 4,83% na eleição anterior. Os brancos pularam de 4,57% para 5,67% (46 mil). Uma das expectativas da votação tinha relação com a proporção dos votos nulos. Com a exclusão de candidatos da esquerda da disputa, os eleitores desse campo passaram as últimas semanas em um debate ferrenho sobre como se comportar diante da urna. O voto nulo avançou, mas não de forma tão acentuada: cresceu de 8,88% para 13,36% do primeiro para o segundo turno. Porto Alegre teve uma quantidade histórica de nulos, brancos e abstenções, mas não foi um caso isolado no país. O segundo turno foi marcado pela indiferença ou o protesto dos eleitores em outras metrópoles importantes. No Rio de Janeiro, os índices foram superiores aos da capital gaúcha. Os votos em branco ficaram ligeiramente abaixo (4,85% contra 5,67%), mas os cariocas optaram com muito mais avidez pela anulação ou a abstenção. Deixaram de comparecer à urna, na Cidade Maravilhosa, 26,85% dos eleitores. Os nulos foram 15,90%. No total, mais de 2 milhões de habilitados a votar não escolheram nenhum dos candidatos — 300 mil a mais do que a votação do vencedor, Marcelo Crivella (PRB). 

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