Na primeira corrida eleitoral em que as empresas estão impedidas de apoiar financeiramente seus candidatos favoritos, a classe política não foi mais generosa na hora de contribuir com as campanhas em 2016. Políticos e partidos doaram 59% menos em comparação às eleições municipais de 2012. Ao fim do primeiro turno daquele ano, legendas e políticos haviam desembolsado R$ 3,4 bilhões para os mais variados candidatos no País. O número é bem superior ao R$ 1,4 bilhão verificado até o dia 2 deste mês. Nessa categoria de contribuições estão os recursos que postulantes a prefeito ou a vereador investiram em suas campanhas, além das doações feitas por partidos e por outros candidatos. O futuro prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), é exceção à regra. Ele usou R$ 2,4 milhões de seu patrimônio para bancar a própria campanha. Os dados constam no balanço de doações registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral ao fim do primeiro turno. Os números referentes a 2012 estão corrigidos pela inflação (IPCA) do período. Ao todo, as campanhas deste ano receberam R$ 2,5 bilhões, 64,1% a menos do que os R$ 7,1 bilhão arrecadados em 2012. Em valores absolutos, apenas as contribuições pela internet aumentaram no último quadriênio. Passaram de R$ 509 mil para R$ 1,2 milhão. Ainda assim, as doações online representaram somente 0,04% do total deste ano. A exclusão das empresas da lista de financiadores representou uma perda significativa aos candidatos. Nas últimas eleições municipais, pessoas jurídicas responderam pelo repasse de R$ 1,6 bilhão às campanhas, levando em consideração apenas o primeiro turno. O cidadão comum também participou menos, mas hoje seus recursos têm outro peso entre os doadores. Na primeira etapa de 2012, pessoas físicas contribuíram com R$ 1,5 milhão - 24,5% superior ao R$ 1,1 milhão contabilizado em 2016. Quatros anos atrás, no entanto, os recursos provenientes de pessoas físicas representavam 21,5% do total. Em 2016, já dizem respeito a 45,4% do montante doado. Embora se refira ao primeiro turno, os valores tendem a crescer, já que os candidatos ainda podem alterar as prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral. Com menos lastro financeiro, os candidatos gastaram, ao todo, R$ 2,2 bilhões na primeira etapa da corrida eleitoral. Isso significa que a campanha deste ano foi 71% mais barata do que a de 2012, quando as despesas somaram R$ 5,7 bilhões, só no primeiro turno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário