Com a prisão temporária decretada na 34ª fase da Operação Lava Jato, o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Carneiro foi um dos executivos retirados da Petrobras para compor o time que daria início às operações de petróleo do grupo X, de Eike Batista. Foi um dos poucos executivos do time que enfrentou, ao lado de Eike Batista, os piores momentos de turbulência do grupo, que começou a ruir em 2013, com a revelação de que suas reservas de petróleo eram menores do que as anunciadas. Em 2010, após 30 anos de carreira na Petrobras, Carneiro assumiu a presidência da recém criada empresa de construção naval OSX, que seria responsável pela construção de plataformas de petróleo para a petroleira de Eike Batista, a OGX. Sua carreira na estatal foi marcada pela participação na encomenda da plataforma de produção de petróleo P-36, que naufragou na Bacia de Campos em março 2001, deixando 11 mortos. Em 2003, Carneiro foi citado em investigação do TCU por suspeita de favorecimento à Marítima, responsável pela construção da unidade, ao autorizar a ampliação de prazos para a entrega de outras plataformas contratadas com a empresa. Em 2012, antes da crise do grupo X, Carneiro deixou a OSX e foi convidado por Eike Batista para presidir a OGX. Em outubro de 2013, já durante a derrocada do grupo, foi demitido enquanto negociava com credores um acordo para tentar salvar a empresa. Em 2014, foi indicado pela Petrobras para presidir a empresa de sondas Sete Brasil, criada para ser a principal fornecedora do pré-sal –e que também se tornou alvo de investigações da Operação Lava Jato, após denúncias de corrupção por delatores. Ele é um dos responsáveis por negociar o plano de recuperação judicial da empresa, que tem dívidas de R$ 19,3 bilhões, e discute com a Petrobras quantas das 29 sondas previstas no projeto inicial sairão do papel. Sua prisão gerou, no mercado, receio de que o processo de recuperação da Sete seja prejudicado por falta de interlocutores. A Sete Brasil não quis comentar a operação.
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