Na semana passada, autoridades do Paraguai revelaram que bandidos brasileiros que operam no país puseram a cabeça do presidente Horacio Cartes a prêmio por 5 milhões de dólares para quem o matar. A oferta, segundo o ministro-chefe da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Hugo Vera, partiu do Primeiro Comando da Capital (PCC), a organização criminosa que surgiu em São Paulo em 1993 e hoje busca a hegemonia do tráfico de drogas no país vizinho. A revelação de que o PCC planeja atentar contra a vida do presidente do Paraguai foi confirmada pelo ministro Francisco de Vargas, do Interior. Ele disse que informações de inteligência “bastante sólidas” levaram a um reforço na segurança de Cartes e seus familiares. Segundo as autoridades paraguaias, a ordem para o atentado foi emitida pelo traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, reconhecido como o maior nome do PCC no Paraguai e um admirador do traficante colombiano Pablo Escobar. Pavão ganhou as páginas do noticiário paraguaio há dois meses, quando o Ministério Público revelou que ele — a exemplo de seu ídolo colombiano — mandara construir instalações repletas de conforto para o cumprimento de sua pena dentro de um presídio de segurança máxima. O pavilhão vip de Pavão era equipado com três suítes, camas de casal e televisores, além de contar com uma biblioteca, uma cozinha e um escritório onde ele despachava com seus comandados. A descoberta da existência da cela de luxo, que tinha o aval dos diretores do maior presídio do Paraguai, resultou na queda da ministra da Justiça, Carla Bacigalupo, e serviu para aprofundar as tensões entre o PCC e o governo de Assunção. A reação do Estado, que levou ao fim dos privilégios de Pavão, teve início em junho, quando o traficante brasileiro Jorge Rafaat foi executado na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. O PCC usou uma metralhadora antiaérea para vencer os 22 homens que faziam a segurança de Rafaat — todos armados com fuzil.
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