O ministério de Minas e Energia identificou cinco principais grupos interessados no leilão da Celg Distribuição (Celg D), afirmou nesta quarta-feira o secretário-executivo da pasta, Paulo Pedrosa. Segundo ele, representantes da Enel, Neoenergia/Ibedrola, CPFL Energia, Equatorial e Energisa estiveram presentes em reunião realizada hoje no BNDES para apresentação do leilão de privatização da distribuidora. Desses grupos, apenas a Energisa não havia adquirido o edital da primeira tentativa de licitação da Celg D, em agosto. Na ocasião, o leilão acabou não sendo realizado, por falta de interesse dos investidores. “Está havendo uma melhoria no ambiente de investimento do setor de energia do Brasil”, disse o secretário a jornalistas, após participar da reunião, na qual também estavam o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, e o superintendente da área de desestatização do BNDES, Rodolfo Torres. Pedrosa destacou que, nos primeiros cem dias do governo Michel Temer, os papéis das elétricas na BM&F Bovespa tiveram valorização de R$ 100 bilhões. Com relação ao leilão, Pedrosa reafirmou que o novo edital deverá ser lançado em outubro. E a expectativa do governo é fazer a licitação em novembro. Sobre o novo preço mínimo da distribuidora, de R$ 1,792 bilhão (cerca de R$ 1 bilhão a menos que o proposto no leilão anterior), o secretário-executivo disse não ver problemas para ter a aprovação do Tribunal de Contas da União. “Definitivamente não vejo problemas em relação ao TCU”. Pedrosa ressaltou ainda que, historicamente, o Tribunal critica a presença das distribuidoras na Eletrobras. Para Ferreira Junior, da Eletrobras, o leilão da Celg D é um convite de um novo processo de privatizações no Brasil. “Esse processo de privatização é o primeiro de um conjunto de movimentos que serão percebidos pelo mercado como uma melhora das condições no Brasil”, afirmou. Segundo ele, o mercado da Celg D deverá crescer entre 2,5% ao ano e 3,6% ao ano de 2016 até 2020. “Estamos adicionando cem mil consumidores por ano na distribuidora”, destacou. A Eletrobras possui 51% da Celg D, em parceria com o governo de Goiás (49%). Com relação às outras seis distribuidoras integrais da Eletrobras — Ceal (AL), Cepisa (PI), Ceron (RO), Eletroacre (AC), Boa Vista Energia (RR) e Amazonas Energia (AM) — o presidente da Eletrobras reafirmou que elas deverão ser leiloadas em 2017, mais concentradamente no segundo semestre. Ferreira Junior afirmou que ainda não está decidido se a Eletrobras pretende leiloá-las separadamente ou agrupadas. Segundo ele, se confirmada a venda da Celg neste ano, ela será reconhecida no balanço da empresa de 2016, mas só entrará no caixa da companhia em 2017. Ana Carla Abrão afirmou que a venda da Celg D é a principal fonte de recursos para o Estado fazer investimentos em infraestrutura em 2017. Torres, do BNDES, contou que o banco está fazendo algumas revisões nas condições de financiamentos para o setor de infraestrutura, incluindo o segmento elétrico. A ideia, segundo ele, é que as novas condições de financiamento para o mercado elétrico sejam anunciadas brevemente. “O BNDES se posiciona como um braço financiador [da Celg D] como sempre foi das demais atividades do setor elétrico”, afirmou. Torres destacou que o banco atuará apenas como um agente de financiamento para o futuro controladora da Celg D. e não fará parte do bloco acionista da empresa.
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