O marqueteiro mineiro Marcos Valério, depôs nesta segunda-feira para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, na 13ª Vara Federal Criminal, e contou de maneira muito detalhada como o ex-secretário geral do PT, Silvinho "Land Rover" Pereira, o procurou para pedir que fizesse o repasse de R$ 6 milhões para Ronan Maria Pinto, que estava chantageando Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho, por causa do episódio do assassinato do ex-prefeito petista Celso Daniel, de Santo André. Segundo Marcos Valério, Silvinho "Land Rover" Pereira disse: "Nós estamos com problema. O presidente está com um problema muito sério. Está sendo chantageado por uma pessoa e essa pessoa tá exigindo um recurso no valor de R$ 6 milhões". O publicitário mineiro concordou em fazer o repasse do dinheiro, que já estava no caixa da sua agência SM&P, porque havia sido tomado na rede bancária justamente para repasse ao PT. Mas, antes disso, Marcos Valério procurou a ajuda do falecido deputado federal José Janene, o que aconteceu dentro da sede da corretora Bonus Banval, de Enivaldo Quadrado. Lá foram redigidos e assinados os contratos simulando operação de empréstimo para uma terceira empresa, denominada Remar, que repassou o dinheiro para Ronan Maria Pinto. Nesse encontro, após relatar a Janene o pedido que havia sido feito por Silvinho "Land Rover" Pereira, Janene recomendou a Marcos Valério que tomasse cuidado e procurasse saber quem era o empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus e lixo em Santo André. E também compareceu a reunião montada por Silvinho "Land Rover" Pereira com Ronan Maria Pinto e o jornalista petista Breno Altman. Ao se inteirar sobre quem era Ronan Maria Pinto, e qual era o motivo da chantagem a Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho, Marcos Valério foi ao Palácio do Planalto (onde entrou centenas de vezes, e teve outras centenas de reuniões com membros do altíssimo escalão da alta nomenklatura da Orcrim petista, e avisou que não entraria naquela jogada, e desistiu de repassar o dinheiro para a Remar. Marcos Valério conta ainda no video do depoimento desta segunda-feira que, durante o processo do Mensalão do PT, o PT escalou Paulo Okamoto, atual presidente do Instituto Lula, para "pajeá-lo" permanentemente. Os dois tiveram dezenas de encontros. Em um desses encontros (a todos eles Marcos Valério levava sempre uma testemunha, que ficava por perto), no hotel Academia de Tênis, onde sempre se hospedava (tinha uma suíte permanente reservada, a de número 44), Okamoto contou a Marcos Valério que o problema do repasse de 6 milhões de reais para Ronan Maria Pinto tinha sido resolvido por meio Bumlai e do Banco Schahim. O depoimento de Marcos Valério é totalmente bombástico, envolve a alta nomenklatura petista com o assassinato de Celso Daniel, e compromete também procuradores do Ministério Público Federal, que obstruíram suas tentativas de revelar o assunto muito mais cedo. Está tudo no video o depoimento, onde ele fala as coisas com absoluta minuciosidade.
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