Líderes de todo o mundo foram ao Monte Herzl, o cemitério nacional de Israel, nesta sexta-feira, para darem adeus a Shimon Peres, ex-presidente israelense e Nobel da Paz. O funeral se assemelhou à uma conferência pela paz, com discursos emocionados sobre as visões de Peres para Israel e um encontro raro entre o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Peres morreu na madrugada de quarta-feira, aos 93 anos, duas semanas após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Antes da cerimônia, Netanyahu e Abbas, que não se encontram formalmente há 6 anos, apertaram as mãos e trocaram algumas palavras, como fizeram no ano passado durante a conferência do clima em Paris. “Há quanto tempo, há quanto tempo”, disse o líder palestino. Netanyahu, em resposta, agradeceu sua presença. “É algo que aprecio muito em nome do nosso povo”, falou. As negociações entre Israel e Palestina, chefiadas pelos dois, estão congeladas desde 2014. Além de discursos de familiares e amigos, lideranças internacionais falaram sobre o papel de Peres nas negociações entre Israel e Palestina, cujos esforços lhe renderam o prêmio Nobel. “O último da geração de fundadores do Israel se foi”, disse o muçulmano Barack Obama, usando o tradicional quipá judeu, ao lado do caixão de Peres. O presidente americano acrescentou que o trabalho pelo país “está nas mãos da próxima geração de Israel e seus amigos”. Em sua fala, Netanyahu agradeceu a presença de líderes estrangeiros, citando-os pelo nome, mas não faz menção sobre Abbas. Apesar de se mostrar emocionado, o primeiro-ministro reconheceu as longas divergências que teve com Peres, que tinha uma visão mais moderada sobre negociações de paz com a Palestina. “A paz não será atingida a não ser que permanentemente preservemos nosso poder”, afirmou. Também estiveram presentes no funeral o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, o Príncipe Charles, do Reino Unido, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e os presidentes da França, François Hollande, e do México, Enrique Peña Nieto.
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