Estados Unidos e Israel assinaram nesta quarta-feira um acordo de ajuda militar no valor recorde de US$ 38 bilhões, que valerá por dez anos. O pacto garante ao aliado mais próximo de Washington no Oriente Médio financiamento nas áreas de defesa e segurança, em troca de concessões. Resultado de mais de dez meses de negociações, o pacto é a maior promessa de assistência militar feita pelos Estados Unidos a qualquer país em sua História. O pacote foi formalmente anunciado por autoridades dos Estados Unidos e de Israel nesta quarta-feira, durante uma cerimônia de assinatura no Departamento de Estado. A Casa Branca foi representada pela Conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice. De acordo com um documento fornecido pelos Estados Unidos, o plano de dez anos de duração prevê US$ 500 milhões para defesa antimísseis. Isso aumentará a ajuda dos atuais US$ 3,1 bilhões ao ano para US$ 3,8 bilhões anualmente, entre 2019 e 2028, após o acordo atual vencer. Em troca, Israel deverá se abster de pedir mais apoio financeiro ao Congresso para obter escudos antiprojéteis. Em questões de emergência, Jerusalém poderá solicitar a Washington apoios financeiros pontuais em outras questões de segurança, como ao combate a túneis criados pelo grupo terrorista islâmico Hamas e o desenvolvimento de sistemas de ciberdefesa. Israel deverá ainda abrir mão do uso dos recursos captados com os Estados Unidos em equipamentos feitos por sua própria indústria e em combustível para veículos militares. Uma das condições impostas é que, gradualmente, Israel desembolse todo o dinheiro na compra de equipamento militar dos Estados Unidos. O pacto vem num período marcado pela má relação entre o presidente dos Estados Unidos, o muçulmano Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Os dois chefes divergiram nos últimos anos em relação ao conflito entre israelenses e palestinos e também sobre o pacto para frear o programa nuclear iraniano. O incremento da ajuda militar a Israel indica que, apesar das rusgas entre os presidentes, a relação entre os dois países continuou sólida no governo Obama. "Os dois governos chegaram a um acordo que representa o maior compromisso único de assistência na História dos Estados Unidos", disse o Gabinete de Netanyahu: "Não significa que não tenhamos discordâncias de vez em quando, mas elas são coisas de família". Israel hoje é uma exceção entre os países que recebem ajuda militar dos Estados Unidos, podendo gastar parte do dinheiro que recebe de Washington em sua própria indústria. Com o novo acordo, que força maior integração econômica no setor de Defesa, a cooperação deve render mais lucros à indústria bélica americana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário