Na manhã desta quarta-feira (14), o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) foi eleito presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar, na Câmara, irregularidades na concessão de benefícios fiscais previstos na Lei Rouanet. Ele era o único candidato ao posto. O colegiado é composto por 30 deputados titulares e outros 30 suplentes, e vai funcionar por 120 dias, prazo que pode se estender por mais 60 dias. Fraga diz que as sessões devem começar após as eleições municipais. A comissão foi criada a partir de requerimento dos deputados Alberto Fraga e Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) protocolado na Secretaria Geral da Câmara em abril. Na época, os democratas conseguiram a adesão de 212 deputados para a abertura da CPI. Eram necessárias 171 assinaturas —um terço da Câmara. Na proposição, os democratas contestam os critérios usados pelo MinC para a seleção de projetos culturais na Rouanet, lei que seria, na leitura dos deputados, "uma forma de 'terceirizar' um repasse de recursos federais". Os parlamentares alegam que auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e denúncias veiculadas na imprensa apontam para uma série de irregularidades na operacionalização da lei, como a priorização de financiamento para projetos culturais de artistas ou personalidades ligadas ao governo do Partido dos Trabalhadores. A definição dos deputados que ocupariam as vagas de presidente e relator da CPI deveria ter ocorrido na terça-feira (13), data em que a comissão foi instalada. Contudo, os parlamentares adiaram a escolha dos nomes devido à ordem do dia. Durante a reunião de terça-feira, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) lembrou da existência de um acordo para que Vicente Cândido (PT-SP) atuasse como o relator. Fraga, que sugeriu no requerimento de abertura da CPI o uso irregular da Lei Rouanet por pessoas ligadas ao PT, disse que não participou de acordo algum. "Não tenho nada contra Vicente Cândido, mas como eu vou ter como relator um deputado do Partido dos Trabalhadores?" Cavalcante, coautor do requerimento de abril, concordou: "No Brasil, CPI é lamentavelmente conhecida como algo que termina em pizza. Nós não podemos começar a CPI da Lei Rouanet assim". Cândido disse que nunca pediu a posição, e que a vaga de relator teria sido um acordo com Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara até julho. "Da mesma forma que os senhores têm receio de que seja alguém do PT, eu tenho de que seja alguém de qualquer partido", disse o petista. O relator da CPI não foi definido na reunião de quarta. Fraga deve escolher o nome nos próximos dias. O nome mais forte é Domingos Sávio (PSDB-MG).
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