As emergências que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre estão com restrição nos atendimentos. A situação mais grave é a do Hospital de Clínicas, onde havia 158 pacientes para apenas 41 leitos nesta quarta-feira. Só estavam sendo atendidos casos de risco extremo de morte. As emergências do Hospital São Lucas da PUCRS, do Hospital Santa Clara da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Restinga e Extremo-Sul também atendem com tremendas limitações. No São Lucas, são sempre no mínimo o dobro de pacientes para 13 vagas. Já no Santa Clara, a situação é praticamente idêntica. No Restinga e Extremo-Sul, 13 leitos adultos da emergência estão ocupados e duas macas foram instaladas na sala de medicação. No Hospital Conceição, aquilo lá parece a porta do inferno. Essa é a situação da saúde pública em Porto Alegre, situação de caos absoluto. Mas, os políticos continuam insistindo em não partir para a obviedade, qual seja: a decretação de estado de calamidade na saúde pública e instalação imediata de dois hospitais de campanha, cada um com 500 leitos emergenciais, um funcionando no campo de futebol do Parque da Redenção, o outro funcionando no estacionamento da Fiergs. A situação é tão grave em Porto Alegre que mesmo os ricos, os abonados, estão tremendamente afetados em seu atendimento na cidade. O melhor sistema de saúde na capital gaúcha, para os muito ricos, é um jatinho no Aeroporto Internacional Salgado Filho. Os melhores e mais caros planos de saúde não asseguram pronto atendimento para seus usuários. Qualquer um deles terá de esperar no mínimo oito horas para ser atendido. Tempo suficiente para morrer antes disso. Assim é Porto Alegre.
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