A inadimplência do sistema de crédito brasileiro deve continuar a piorar até o final de 2017, segundo estimativa da agência de classificação de risco Fitch. Para os analistas da agência, a taxa de atraso chegará a 4,1% no final deste ano e alcançará os 4,8% ao fim de 2017. Hoje a taxa ronda os 3,8%. Não é esperado, no entanto, que os calotes sejam puxados por um segmento específico da economia. Raphael Nascimento, analisa de instituições financeiras da Fitch, diz que, do lado da pessoa física, a inadimplência ainda não subiu o esperado. Haverá ainda o impacto do segmento das grandes empresas. A inadimplência dos grandes bancos vem sendo afetada pelos calotes de empresas como a Oi e a Sete Brasil, ambas em recuperação judicial. Rafael Guedes, diretor-executivo da Fitch no Brasil, afirmou que "obviamente" não é usual um rebaixamento tão acelerado de um uma nota de risco, como ocorreu com o Brasil. O país perdeu o selo de bom pagador pela agência em dezembro do ano passado e sofreu mais um rebaixamento em maio. Agora, o Brasil possui o ranting BB, com perspectiva negativa. "Hoje em dia, o que a gente vê é uma estabilização do rating", disse Guedes, que projetou nova revisão dentro do patamar usual, entre 12 e 24 meses. Ainda assim, ele ressaltou que o cenário para a dívida brasileira é crescente. Uma retração tímida poderia ocorrer apenas em 2019, no cenário mais positivo.
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