Depois de três trimestres de prejuízo, a Petrobras registrou lucro de R$ 370 milhões no segundo trimestre de 2016, queda de 30% com relação aos R$ 531 milhões do mesmo período do ano anterior. O balanço da companhia, porém, continua sofrendo com itens não recorrentes, como provisões e baixas no valor de ativos investigados pela Operação Lava Jato. O balanço divulgado nesta quinta-feira (11) traz provisão de R$ 1,2 bilhão para pagar benefícios a cerca de 4 mil empregados que aderiram ao plano de demissão voluntária e baixa de R$ 1,1 bilhão no valor do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) após o cancelamento definitivo de algumas fases do projeto. O resultado apresenta melhora, porém, com relação ao trimestre anterior, quando a empresa teve prejuízo de R$ 1,246 bilhão. No acumulado do primeiro semestre de 2016, a Petrobras tem prejuízo de R$ 876 milhões. Segundo o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro, o balanço do segundo trimestre teve impacto positivo do aumento da produção de petróleo e de derivados, com consequente ampliação das exportações de produtos. As melhores taxas de câmbio e de preço do petróleo com relação ao primeiro trimestre também contribuíram para o desempenho. Ele disse, porém, que a tendência é que os efeitos não recorrentes sejam menores daqui para a frente. "O nível (das baixas) está se reduzindo. As ordens de grandeza agora são outras", afirmou Monteiro. Ao final de 2015, por exemplo, a empresa fez baixas de R$ 49,8 bilhões, refletindo a queda do preço do petróleo e adiamento de projetos. A valorização do real frente ao dólar no período ajudou a reduzir o endividamento líquido da estatal, que caiu 15%, de R$ 450,015 bilhões, ao fim do primeiro trimestre, para R$ 387,760 bilhões. Monteiro ressaltou, porém, que o valor ainda é elevado e demanda atenção. "Ainda temos pela frente discussões importantes, como as class actions nos Estados Unidos", frisou. Segundo a companhia, o resultado do segundo trimestre reflete maiores exportações de petróleo e derivados e redução nas despesas financeiras, além das melhores condições de câmbio e preço do petróleo com relação ao primeiro trimestre. A valorização do real frente ao dólar no período ajudou também a reduzir o endividamento líquido da estatal, que caiu 15%, de R$ 450,015 bilhões, ao fim do primeiro trimestre, para R$ 397,760 bilhões. Do ponto de vista operacional, a Petrobras tem melhorado sua produção de combustíveis e, consequentemente, as margens de venda dos produtos. No segundo trimestre, a empresa teve superávit de 14 mil barris por dia em sua balança de diesel e de 3 mil barris por dia na de querosene de aviação, combustíveis normalmente deficitários. O déficit nas compras de gasolina caiu à metade, para 24 mil barris por dia. A receita da estatal foi de R$ 70,337 bilhões no segundo trimestre, queda de 12% com relação ao verificado no mesmo período de 2015, quando o petróleo estava mais caro. Os investimentos caíram 25% com relação ao primeiro trimestre, para R$ 11,2 bilhões. No acumulado do ano, a estatal investiu R$ 26,1 bilhões, 25% menor do que no mesmo período do ano anterior. Com menos gastos, a empresa fechou o segundo trimestre com fluxo de caixa livre positivo de R$ 10,8 bilhões. Foi o quinto trimestre consecutivo gerando mais dinheiro do que gasta, após anos de perdas com subsídios aos preços dos combustíveis e altos investimentos.
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