A Oi já alinhou com bancos os principais pontos de seu processo de recuperação judicial. Com um montante de R$ 14 bilhões a receber, as instituições financeiras já sinalizaram para a tele carioca que estão dispostas a alongar as dívidas ao máximo para não sofrer qualquer tipo de desconto. Na mesa de negociação, a proposta é parcelar esse montante num período superior a 15 anos, destacou uma fonte a par do processo. O Banco do Brasil é o maior credor, com R$ 4,4 bilhões, seguido de BNDES (com R$ 3,3 bilhões), China Development Bank (R$ 2,4 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 1,9 bilhão) e Itaú (R$ 1,5 bilhão). As instituições financeiras representam pouco mais de 21% das dívidas totais da companhia, de cerca de R$ 65,4 bilhões. Segundo a mesma fonte, os bancos não pretendem receber ações da tele em troca das dívidas. Caso isso ocorresse, as instituições teriam de registrar as perdas em balanço. Por enquanto, os bancos fizeram provisões para os financiamentos, mas não informam detalhes por questões de sigilo fiscal. A tele divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre, quando registrou prejuízo de R$ 656 milhões, menor que as perdas de R$ 1,9 bilhão no mesmo período de 2015. Com isso, a Oi acumula prejuízo de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre. De janeiro a junho do ano passado, o prejuízo tinha sido de R$ 856 milhões. "A proposta aos bancos vai envolver um reparcelamento dessas dívidas em um período superior a 15 anos. É isso que está sendo desenhado para o plano de recuperação judicial. Mas cada caso será um caso. Pode haver também algum tipo de desconto. A Oi está apenas ouvindo as intenções porque é impossível negociar com cada um dos credores. No caso dos bancos é até mais fácil, pois apenas cinco instituições representam 90% da dívida bancária", Ao todo, a recuperação vai prever uma proposta específica para os credores do grupo trabalhista e outra para as pequenas e médias empresas. Além dos bancos, a Oi pretende ajustar a dívida com a Anatel por meio da elaboração de um novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Já os donos de títulos emitidos no exterior, os chamados bondholders, que têm dívidas de R$ 36 bilhões, terão uma proposta única. Segundo fontes, eles devem ficar, de acordo com o plano de recuperação judicial, com 70% a 80% das ações da Oi que serão emitidas para sanear financeiramente a companhia. As conversas estão sendo intermediadas pela Moelis — que representa os credores no Exterior — e a PJT, assessora financeira da tele carioca. A Moelis já reuniu 42% dos credores. Antes do plano de recuperação judicial, a Moelis só tinha reunido 30% deles.
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