O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, pôs panos quentes no embate entre seu colega Gilmar Mendes e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sobre a atuação do Ministério Público, disse que prefere o "excesso" à "acomodação". Nesta terça-feira (23), Gilmar Mendes chamou de "cretino" o autor da proposta defendida pelo Ministério Público e pelo juiz federal Sergio Moro de que provas ilícitas obtidas de boa fé sejam utilizadas em ações. Janot reagiu horas depois, dizendo que vê uma ação orquestrada contra a Operação Lava Jato. Perguntado se o Ministério Público está sem freios, como afirmou Gilmar Mendes no dia anterior, Marco Aurélio Mello considerou eventuais excessos mais vantajosos do que a acomodação. "Há o sistema nacional de freios e contrapesos. O Ministério Público vem atuando, e reafirmo o que venho dizendo: mil vezes o excesso do que a acomodação. E temos o Judiciário para corrigir possíveis erros de procedimentos", opinou. Para Mello, os desentendimentos entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot estão potencializados. "Os descompassos estão muito potencializados. É hora de pensarmos, acima de tudo, no fortalecimento das instituições, e me refiro não só à polícia e ao Ministério Público, como também ao Judiciário", disse. Conforme já fizera anteriormente, o ministro reafirmou não acreditar que a Procuradoria-Geral da República tenha vazado informações de depoimentos dos executivos da OAS, entre elas a de que outro ministro do Supremo, Dias Toffoli, teria sido citado. Mello evitou confrontar Gilmar Mendes, para quem o vazamento partiu dos procuradores. "Eu, talvez, não tenha dados que o ministro tem e respeito a opinião de cada qual", finalizou.
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