A Operação Decantação, deflagrada na manhã desta quarta-feira (24) e que levou para a prisão o presidente do PSDB de Goiás, Afrêni Gonçalves Leite, tem como um dos alvos o governador Marconi Perillo (PSDB-GO). Segundo o procurador Mário Lúcio Avelar, há indícios de que o dinheiro ilícito do esquema da Saneago, empresa de saneamento de Goiás (GO), envolvendo contratos fraudulentos com fornecedores da companhia, foi direcionado para pagar dívidas da campanha de 2014 do tucano ao governo de Estado. As investigações apontam que R$ 4,5 milhões de dinheiro público pode ter sido desviado por meio de contratos fraudulentos contratados pela estatal. "Detectamos um desvio R$ 4,5 milhões porque a execução das obras está no início", relatou Avelar. Entre as provas da investigação coletadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal estão interceptações telefônicas de Leite e do presidente da Saneago, José Taveira Rocha, outro preso na operação e que já ocupou o cargo de secretário da Fazenda de Perillo. Nas ligações, ambos são cobrados a fazerem pagamentos ligados à campanha do tucano. Além de presidente do PSDB de Goiás, Leite também ocupa o posto de diretor de expansão na Saneago. O procurador afirma ainda que o presidente do PSDB goiano teria negociado R$ 1 milhão em doações para a legenda com uma companhias que são fornecedoras da Saneago, como a JC Gontijo, investigada no Mensalão do DEM. A investigação também mostra que foram supostamente repassados R$ 400 mil e R$ 500 mil à campanha de Perillo que teriam sido destinados a uma empresa de publicidade. A Operação Decantação tem como alvos os contratos dos Sistemas Corumbá IV envolvendo R$ 117,3 milhões e do Sistema Meia Ponte, que recebeu aplicação de R$ 67,4 milhões. Na avaliação do Ministério da Transparência existia um prejuízo potencial de R$ 11 milhões que não foi realizado porque as obras não foram concluídas, segundo o promotor. Tanto Leite quanto Rocha estão presos temporariamente.
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