Se o Esporte Clube Pinheiros, entidade paulistana com 117 anos de história, fosse uma Nação, a delegação de seus atletas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deste ano seria maior que as de 162 países, incluindo os elencos búlgaro, chileno, iraniano, marroquino, norueguês e tailandês. O clube azul e branco de São Paulo enviou ao Rio de Janeiro um total de 65 atletas — além de 12 treinadores — para disputar onze modalidades: atletismo, esgrima, ginástica artística, handebol, judô, levantamento de peso, natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais e voleibol. “Esse número demonstra que o trabalho desenvolvido aqui, em prol do esporte nacional, é feito com amor, mas também seriedade, profissionalismo e competência”, diz o presidente do Esporte Clube Pinheiros, Roberto Cappellano.
O Pinheiros soma hoje 38 mil associados, sendo desse universo um total de 5 mil atletas, que vão desde a base até o alto rendimento. Em 2015, o clube teve receita de R$ 152,7 milhões e lucro de R$ 1,6 milhão. Se somadas as atividades de restaurantes, o faturamento pinheirense chega a R$ 184,3 milhões. Antes do Rio de Janeiro, o quadro de medalhas do Pinheiros na história dos jogos ostenta 10 conquistas — seis bronzes, três pratas e um ouro. O primeiro pódio foi em 1960, com Manuel dos Santos, um bronze na Natação —, e o último outro bronze, no judô, com Rafael Silva, em Londres. Neste ano, o judoca repetiu o feito na sexta-feira, ao ganhar o bronze na categoria pesado (mais de 100 kg) ao vencer Abdullo Tangriev, do Uzbequistão. Em 2008, o clube subiu ao lugar mais alto do pódio com Cesar Cielo, em Pequim, na natação. No Rio 2016, o Pinheiros tem alguns destaques na natação e no judô, novamente, no atletismo e na ginástica artística. Na natação, o clube foi representado por Bruno Fratus, um dos atletas mais rápidos do mundo na prova dos 50 metros livre, e os experientes Guilherme Guido, Henrique Rodrigues, Manuella Lyrio, João de Lucca e Joanna Maranhão.
No Atletismo, a equipe — campeã do Troféu Brasil nesse ano — cede 18 atletas, entre eles a bicampeã pan-americana da maratona Adriana Aparecida da Silva, as velocistas Rosângela Santos, Franciela Krasucki e Bruna Farias, o saltador Talles Frederico, além de Geisa Arcanjo, no arremesso do peso e a experiente Joana Costa Ribeiro, do Salto com Vara. Na ginástica artística, os ginastas Arthur Nory e Francisco Barreto Jr. integram a seleção masculina. Já no levantamento de peso, quase toda a equipe brasileira é formada por atletas do clube. Entre eles, Fernando Saraiva Reis, o homem mais forte das Américas e associado do clube desde os 5 anos de idade. “Cresci no Pinheiros. Lembro que meu avô me levava para o Clube e eu passava o dia jogando bola nas quadras, até descobrir o levantamento de peso”, conta Reis. Esgrimista, o presidente do Pinheiros projeta o fortalecimento do clube após esse ciclo olímpico por causa de investimentos recebidos e do intercâmbio com alguns dos melhores atletas do mundo proporcionados pela China. É que a China usou as instalações do Pinheiros para fazer o período de treinos preparatórios finais e de aclimatação antes do embarque para a Rio 2016. O clube recebeu atletas de 14 modalidades, desde o dia 22 de julho, e até o próximo dia 14 de agosto. O Pinheiros recebeu cerca de R$ 2 milhões para esse programa, recursos que foram investidos integralmente nas instalações do parque esportivo da entidade, para ceder os espaços do clube — aos atletas chineses de esgrima, tênis de mesa, badminton, vôlei, boxe, tae-kwon-do, natação, pentatlo moderno, polo aquático, nado sincronizado, levantamento de peso, futebol, ginástica artística e luta olímpica. “O Pinheiros vai reaproveitar 90% do que foi modernizado ou criado”, disse diretor de esportes olímpicos do Clube Pinheiros, Arnaldo Queiroz, citando entre as melhorias de iluminação, piscina, pisos de quadra, além de uma nova área de badminton que não havia. Segundo o presidente do Pinheiros, o intercâmbio com atletas e treinadores chineses também fortalece o clube em quesitos de formação e preparação técnica de seus atletas. E ter aqui nas nossas dependência uma potência olímpica como a China, para nós é uma honra, é mais uma prova de que estamos no caminho certo”, disse Cappellano. O Clube Pinheiros também tem em seus quadros o melhor e maior enxadrista do Brasil, Herman Claudius van Riemsdyk, mestre internacional da Federação Internacional de Xadrez.
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