A abertura da Vila dos Atletas aos competidores da Olimpíada do Rio de Janeiro, neste domingo (24), que deveria ser de festa, se transformou em uma enorme saia-justa. Delegações se recusaram a entrar no local e bancaram por conta própria funcionários para arrumar problemas de encanamento, limpeza e furtos. A ocasião foi marcada por protestos de alguns dos 206 comitês olímpicos nacionais que vão usar a vila durante os Jogos. O caso mais grave envolveu a Austrália. A chefe de missão da delegação, Kitty Chiller, afirmou em nota na manhã deste domingo (24) que nenhum atleta australiano vai entrar no alojamento por enquanto. Segundo ela, o complexo localizado próximo ao Parque Olímpico da Barra contém inúmeros problemas de gás, encanamento e eletricidade. Os australianos estavam designados para ficar no edifício 23, mas devem se instalar em hotéis nos arredores do Parque Olímpico. "Por mais de uma semana nosso staff trabalhou, durante muitas horas, para deixar nosso setor pronto para os atletas na vila", disse a nota. Segundo os australianos, porém, não houve solução. Chiller lista problemas com banheiros bloqueados, vazamentos, fiação exposta, falta de iluminação e sujeira. A chefe da missão disse que os oficiais australianos, que já vinham trabalhando na vila há alguns dias, relataram os problemas ao comitê organizador dos Jogos do Rio de Janeiro e ao COI (Comitê Olímpico Internacional). Ela citou que Reino Unido, Nova Zelândia e outros países também tiveram dificuldades. Chiller disse que foi feito um teste no sábado (24) com componentes dos apartamentos e houve vazamento e um forte cheiro de gás. Outros testes, como de incêndio e encanamento, serão feitos. "Há muito trabalho a ser feito na vila e nós apreciamos os esforços do COI e do comitê organizador para resolver os problemas", concluiu. Além da Austrália, a seleção feminina de futebol da Suécia suspendeu a entrada na vila. O grupo estava hospedado em um hotel no Rio de Janeiro e entraria na residência oficial dos atletas neste domingo, mas desistiu. As delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda pagaram por conta própria funcionários temporários que realizaram obras de acabamento em apartamentos da Vila Olímpica. As equipes contrataram terceirizados para diferentes funções, desde colocação de lâmpadas a ajustes de encanamento e trabalho de limpeza. Não há informações de qual foi o valor desembolsado pelas delegações com os serviços. A delegação brasileira terá quase mil pessoas nos Jogos do Rio de Janeiro, entre os quais 465 atletas. Neste domingo, competidores de nove modalidades tinham entrada prevista na vila. Bruno Mendonça, defensor da seleção brasileira de hóquei sobre grama, disse que os apartamentos no prédio do Brasil são "fantásticos" e "muito espaçosos". O jogador brasileiro não sabia dos problemas relatados pelos australianos e disse que "testou tudo" quando chegou e "estava funcionando". Além dos problemas de acomodações, o comitê organizador registrou o furto de um laptop de sua equipe neste sábado e pediu reforço da segurança privada nos apartamentos da vila. "Não tivemos nenhum outro relato de furto. Um laptop do comitê foi furtado. Mandamos reforçar a segurança privada especialmente onde tem muita gente entrando e saindo", afirmou Andrada.
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