A partir da próxima sexta-feira (29), os motoristas do aplicativo Uber passarão a aceitar dinheiro como forma de pagamento em São Paulo. Hoje, o serviço só oferece a opção de cartão crédito. Há cerca de dois meses, os aplicativos foram regulamentados por decreto pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A empresa, que atua na capital paulista desde o fim de 2014, já aceita dinheiro em capitais do Nordeste – Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE) – e em Belo Horizonte (MG). Desde que chegou a São Paulo, o Uber é alvo de protestos de taxistas, que acusam a companhia de promover concorrência desleal, já que os motoristas não pagam as mesmas taxas à prefeitura e não precisam de licença para funcionar (alvará), como os motoristas de táxi. A aceitação de dinheiro era, até então, um diferencial dos taxistas.
Segundo Fabio Sabba, porta-voz do Uber no Brasil, a decisão pela nova forma de pagamento em São Paulo ocorreu depois da experiência no Nordeste. "Constatamos que 60% das pessoas que acessavam o aplicativo paravam de fazer o cadastro na hora de incluir a forma de pagamento", disse Sabba. Segundo ele, a opção deixará a plataforma mais acessível, já que poderá optar pela nova forma de pagamento assim que solicitar o motorista pelo smartphone. Com a mudança, o motorista terá o dinheiro logo após o fim da viagem, diferentemente dos pagamentos pelo cartão, que só entram na conta uma semana depois. "Isso aumentará o grau de satisfação dos motoristas também", disse. Cada motorista do Uber tem um desconto que varia de 20% (categoria black, mais luxuosa) a 25% (categoria X, mais barata). O desconto sobre a viagem paga em espécie será aplicado nos depósitos semanais feitos aos motoristas. A gestão Haddad estuda junto com os aplicativos de transporte individual uma maneira de incluir como forma de pagamento o Bilhete Único, que serve para ônibus, trens e metrô.
O Uber – que antes atuava por meio de liminares na Justiça – só teve seu credenciamento formalizado na última terça-feira ( 19). Com isso, ele passa a ser considerado operadora de tecnologia de transportes para transporte individual de passageiros e a atuar de forma legal. Com o credenciamento, a prefeitura poderá cobrar da empresa os R$ 0,10 por quilômetro rodado previstos no decreto. Esse valor pode variar de acordo com locais e horários. A cobrança foi a maneira encontrada pela administração para ter controle da quantidade de viagens e números de carros nas ruas e garantir uma contrapartida à cidade pelo uso do viário. Os valores relacionados ao período que a empresa atuou na cidade sem estar credenciada serão cobrados retroativamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário