Em reunião com o núcleo econômico de seu governo, o presidente interino, Michel Temer, pediu à sua equipe estudos para criar um modelo de gestão compartilhada em algumas áreas dos Correios para tirar a empresa da crise. Temer disse não ser a favor da privatização dos Correios, por ser uma empresa emblemática para o País, mas afirmou que é preciso avançar em parcerias com o setor privado para recuperar a companhia. Durante o encontro, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, apresentou números sobre a crise na empresa. Os Correios registraram no ano passado um prejuízo de R$ 2,1 bilhões e caminha para registrar novo rombo neste ano. Já o fundo de pensão dos servidores da empresa, o Postalis, registrou um rombo de R$ 7 bilhões no ano passado, valor que vai aumentar neste ano e precisa ser equacionado. A idéia, segundo assessores, é copiar o modelo de negócio adotado no Banco do Brasil para atrair o setor privado para a área de seguros. Seria montada uma holding, na qual os Correios teriam o controle acionário. Ligadas a ela, o governo criaria subsidiárias para gerir alguns setores da empresa, como logística. Nestas subsidiárias, o sócio privado dos Correios seria responsável pela gestão da empresa e poderia até ser majoritário no negócio. É o mesmo modelo que deve ser adotado na venda de parte da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Na reunião, a equipe econômica apresentou números mostrando a reversão negativa das expectativas sobre o crescimento da economia brasileira. A avaliação é que já no final deste ano a recessão seja interrompida e o país comece uma recuperação. Temer deu um prazo de 15 a 20 dias para seus ministros apresentarem medidas de estímulo da economia. Havia uma previsão de que elas poderiam ser lançadas ainda nesta semana, mas, segundo assessores, a maior parte das iniciativas ficará para agosto, após o recesso parlamentar. Antes da reunião, o presidente interino também se reuniu com empresários, quando prometeu que irá enviar e pretende aprovar ainda neste ano as reformas da Previdência e trabalhista. Durante a reunião com o empresariado, ele disse saber que as duas reformas são polêmicas e impopulares, mas está decidido a adotá-las. Depois, na reunião com sua equipe, ele voltou a dizer que as duas reformas são prioridade de seu governo e pediu que os estudos sobre ela sejam agilizados.
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