A organização Anistia International (AI) declarou nesta quinta-feira que o novo decreto imposto pela ditadura comunista da Venezuela, que determina que qualquer empregado pode ser obrigado a trabalhar em tarefas de agricultura como forma de combater a crise alimentícia no país, equivale a trabalho forçado. A diretora da Anistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas, afirmou que “tentar abordar a severa falta de alimentos na Venezuela forçando o povo a trabalhar no campo ‘é como tentar curar uma perna quebrada com um curativo“. Já houve uma política igual a essa praticada por regime comunista, o do Khmer Vermelho, no Cambodja, que resultou no genocídio de milhões de pessoas. “O novo decreto é completamente inútil em termos de encontrar formas para que a Venezuela saia da crise em que ficou imersa por anos. As autoridades venezuelanas devem focar em pedir e levar de maneira urgente a ajuda humanitária que milhões de pessoas necessitam em todo o país e desenvolver um projeto efetivo a longo prazo para solucionar esta crise”, concluiu. O decreto, publicado oficialmente nesta semana, estabelece que as pessoas que trabalham em empresas públicas e privadas podem ser convocadas a trabalhar em organizações estatais especializadas na produção de alimentos. Além disso, estabelece que esses empregados deverão trabalhar temporariamente nessas companhias por um mínimo de 60 dias e seus “contratos” poderão ser renovados automaticamente por um período extra de 60 dias ou retornarão a seus trabalhos originais. O problema do desabastecimento de produtos básicos na Venezuela começou há pouco mais de três anos e foi se agravando com a passagem dos meses.
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