A Polícia Federal pediu nesta terça-feira a transferência de três presos da Operação Lava-Jato da carceragem da Superintendência de Curitiba para o Complexo Médico Penal, em Pinhais. Entre eles, o lobista Fernando de Moura, que perdeu o acordo de delação premiada após mentir ao juiz Sérgio Moro. Além de Moura, foram pedido as transferências de Flávio Henrique de Oliveira Macedo e Eduardo Aparecido de Meira. Os dois são sócios da Construtora Credencial e foram presos na 30ª fase de Lava-Jato, que investiga um esquema de propina em contratos de fornecimento de tubos para Petrobras. As transferências dos presos já foram autorizadas nesta quarta-feira pelo juiz Sérgio Moro. Os investigadores afirmam que as empresas Apolo Tubulars e a Confab fizeram contratos fictícios com a construtora Credencial para realizar o repasse da propina. Entre 2008 e 2013, as duas fornecedoras de tubos fecharam contratos que somam R$ 5 bilhões com a Petrobras. Para a força-tarefa, a propina chegou a R$ 40 milhões. Segundo as investigações da Polícia Federal, o bandido petista mensaleiro e ex-ministro José Dirceu também participava do esquema. Os investigadores descobriram que a construtora Credencial, a empresa de fachada, pagou R$ 170 mil para a consultoria do bandido petista José Dirceu. José Dirceu está preso, condenado a mais de 23 anos de cadeia. Moura também é ligado ao ex-ministro petista. O lobista recebeu pelo menos R$ 5 milhões em propina e atuou na indicação de cargos comissionados na Petrobras ao lado de José Dirceu. Em 22 de janeiro, ao ser ouvido por Moro, o lobista negou que tivesse lido o acordo antes de assiná-lo e disse que não recebeu de José Dirceu uma recomendação para deixar o País quando estourou o escândalo do Mensalão do PT. Seis dias depois, Fernando Moura voltou atrás após ser alertado que poderia perder os benefícios que recebera por causa da delação premiada, como o direito de responder ao processo em liberdade. Ao se retratar, disse que sofreu uma "ameaça velada" para mudar seu testemunho. No dia 28, ele disse novamente que recebeu uma dica para viver no Exterior durante o processo do Mensalão do PT. Fernando Moura foi o primeiro delator a perder a a colaboração. Ele está condenado a mais de 16 anos de prisão. Vai aprender a dureza da cana.
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