O corrupto delator Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, que concordou em devolver aos cofres públicos quase 100 milhões de dólares em propina e expôs em detalhes como funcionava o esquema de corrupção instalado na maior estatal do País, já apareceu tranquilamente na praia bebendo uísque enquanto os ex-comparsas eram investigados pelo Ministério Público e interrogados pelo juiz Sergio Moro. Agora, apresentou à Justiça um inusitado pedido para cumprir a pena imposta a ele no escândalo do Petrolão do PT em uma mansão que tem na praia de Angra dos Reis (RJ). E mais: sem os incômodos de uma tornozeleira eletrônica e tampouco com a obrigação de ficar em casa nos fins de semana. A proposta de uma “colônia de férias” na Operação Lava Jato foi recebida com ironia pelo desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator dos processos do Petrolão do PT na 2ª instância, no TRF 4, em Porto Alegre. Nesta quarta-feira, Gebran conduziu o voto que jogou por terra as pretensões de Barusco. “É um pedido sem precedentes, que demonstra o completo desrespeito ao Judiciário e às demais instituições envolvidas nessa operação”, disse o magistrado. “É como se o condenado, para seu completo deleite, pudesse escolher passar a semana na cidade e nos finais de semana deslocar-se para a praia ou para sua casa de campo”, completou. As alegações da defesa de Barusco incluíam a tese de que a casa em Angra é uma segunda moradia e se encaixaria perfeitamente nos requisitos de prisão domiciliar. O ex-gerente de Serviços da Petrobras e aliado do petista Renato Duque, aspirante a se tornar também delator do Petrolão do PT, está atualmente em prisão domiciliar com tornozeleira e tem de prestar serviços comunitários por dois anos.
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