O governo da ditadura islamista da Turquia anunciou nesta quinta-feira a suspensão temporária da Convenção Européia de Direitos Humanos, enquanto durar o estado de emergência que começou hoje. O período deve variar entre 20 e 45 dias, menos do que os três meses anunciados, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Justiça, Bekir Bozdag. Falando ao Parlmento, Bozdag disse que os cidadãos turcos “não vão perceber mudanças no dia a dia” com o estado de emergência. De acordo com o ministro, o objetivo da decisão é proteger a democracia e “prevenir um segundo golpe”. Todo totalitário, sempre, fala em defesa da democracia, enquanto aplica todos os mecanismos de repressão totalitários. Desde a tentativa de golpe, na noite de sexta-feira, o contragolpe islamista na Turquia já demitiu ou suspendeu cerca de 50.000 pessoas das forças de segurança e instituições democráticas do país para reprimir qualquer tipo de dissidência. Outros países já suspenderam a convenção no passado, desde que foi instituída, em 1953. O Reino Unido, por exemplo, o fez logo após o 11 de setembro de 2001. Já a França optou por suspender alguns aspectos durante o estado de emergência que implementou em 2015, em reposta aos atentados que deixaram 130 mortos em novembro passado. Alguns pontos da convenção, como a proibição tortura, não podem ser suspensos. Após o anúncio da medida de três meses feito pelo ditador Recep Tayyip Erdogan, na quarta-feira, Bozdag afirmou que o prazo inicial não precisa ser considerado como definitivo. “Nós precisamos dar passos e levantar o estado de emergência antes que o tempo acabe”, comentou.
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