O Diretor Executivo da Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados, Claudio Lessa, foi demitido nesta terça-feira após a televisão da Casa transmitir o pronunciamento feito pelo presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Por determinação do Supremo Tribunal Federal, Eduardo Cunha está há um mês e meio impedido de exercer o mandato e, consequentemente, de continuar no comando da Câmara. Ainda assim, a equipe de televisão compareceu nesta manhã à entrevista concedida pelo peemedebista no Hotel Nacional, em Brasília, e transmitiu a fala dele, que durou mais de uma hora, na rede interna. Responsável pela TV Câmara, Claudio Lessa é servidor de carreira e foi indicado para a diretoria da Secom por Eduardo Cunha. Ele acabou demitido da função pelo sucessor do peemedebista na presidência, o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA), que está no posto de forma interina. Nesta segunda-feira, em outra demonstração de força com Eduardo Cunha, Waldir Maranhão retirou uma manobra que poderia ajudar o deputado afastado a escapar da cassação. No pronunciamento realizado nesta manhã, Eduardo Cunha se defendeu das ações a que responde na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara e acusou o governo de tentar barganhar a sua absolvição no processo por quebra de decoro em troca do engavetamento do impeachment da mulher sapiens petista Dilma Rousseff. A declaração de Eduardo Cunha foi transmitida ao vivo no site da Câmara dos Deputados e em um canal no YouTube. A medida provocou a reação de adversários do peemedebista, que pedem que ele devolva aos cofres da Casa o valor gasto com a transmissão. Oficialmente, a assessoria da Câmara afirma que a decisão de Maranhão já estava tomada e que não está vinculada à programação desta terça-feira. Nos bastidores, no entanto, a demissão é justificada como uma forma de evitar que Eduardo Cunha utilize a estrutura da Casa em benefício próprio. O peemedebista está suspenso do mandato por, de acordo com o STF, usar o cargo para prejudicar as investigações da Lava Jato e o andamento dos trabalhos do Conselho de Ética. Se isto valeu para Eduardo Cunha, por que não valeu também para Dilma Rousseff, que usava o cargo ostensivamente para bloquear investigações judiciais?
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