O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o pedido de abertura de inquérito contra a presidente afastada, a mulher sapiens petista Dilma Rousseff, para investigar se ela tentou obstruir as apurações da Operação lava Jato. São alvo do mesmo pedido de inquérito o poderoso chefão da ORCRIM, ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e Aloizio Mercadante (Educação). Janot agora vai avaliar se quer manter o pedido de investigação contra os quatro mesmo depois de o ministro do Supremo invalidar o grampo no qual Lula discute com Dilma Rousseff a assinatura – “em caso de necessidade” – do termo de posse como ministro da Casa Civil. A conversa entre Lula e Dilma, agora anulada como prova, era um dos mais claros exemplos, na avaliação do Ministério Público Federal, de que a nomeação do petista como ministro tinha o propósito claro de blindá-lo nas investigações, transferindo a jurisdição de Curitiba, onde Sergio Moro julga os processos da Lava Jato. Em março, Teori já havia dado indicativos de que poderia anular parte das interceptações telefônicas feitas contra o poderoso chefão. Isso porque a conversa pouco republicana travada entre Lula e Dilma em que ambos comentam sobre a nomeação de Lula para o primeiro escalão do governo ocorreu quando os grampos já deveriam ter sido suspensos. No dia 17 de março, o juiz Sergio Moro havia determinado às 12h18 a suspensão dos grampos instalados para monitorar o petista. A conversa entre Lula e Dilma, em que a presidente fala que o termo de posse só deve ser utilizado “em caso de necessidade”, ocorreu às 13h32 por meio de um celular registrado na operadora Claro. Um analista da Polícia Federal encaminhou e-mail para o departamento jurídico da Claro às 12h46 para cumprimento imediato da decisão do juiz, mas as conversas continuaram a ser momentaneamente registradas.
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