sexta-feira, 17 de junho de 2016

Polícia Federal desbarata quadrilha que desviava recursos do Conselho Federal de Odontologia


A Polícia Federal prendeu na terça-feira (14) quatro integrantes da alta cúpula do Conselho Federal de Odontologia durante a Operação Tiradentes. Entre os detidos estão o atual presidente da autarquia, o ex-tesoureiro, um antigo conselheiro e o chefe do setor de compras. A Polícia Federal também conseguiu um mandado de prisão contra o procurador jurídico do conselho, mas ele não foi encontrado. No total, foram cinco presos e 15 mandados de busca e apreensão cumpridos. Foram apreendidos cerca de R$ 250 mil em dinheiro, em endereços distintos, e seis carros de luxo. "Se verificou que ocupantes do cargo da alta cúpula recebiam diárias indevidas, despesas indevidas. Verbas indenizatórias com valores substanciais. Também foram investigados alguns contratos que se tem indícios de superfaturamento", afirmou o delegado Tacio Muzzi. Além das prisões, foram apreendidos cerca de R$ 250 mil em espécie e seis carros de luxo, entre eles um Porsche. A Polícia Federal afirmou que tomaram conhecimento das fraudes em 2012 com denúncias de ex-conselheiros; no entanto as investigações ganharam provas substanciais em 2015, com novas informações de membros do conselho. "Em 2012 foi feita uma denúncia por um ex funcionário e um ex prestador de serviço. Eles falaram que havia desvio de recursos através de notas frias. Recentemente, três ex conselheiros, que ainda eram conselheiros na época, formularam uma nova representação reiterando essas denúncias sobre esses pagamentos de diárias. No último ano, descobrimos que foi feito pagamento de R$ 1 milhão em diárias para quatro conselheiros. Com a auditoria do TCU se obtiveram dados subtanciais para a investigação", disse o procurador federal Thiago Lemos. As prisões foram realizadas em ação conjunta com o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União, nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo no Estado do Rio de Janeiro; Manaus (AM); Campo Grande (MS), Araguaína (TO), São Paulo e em Brasília. Os mandados foram expedidos pela 3º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. São investigados os crimes de peculato, estelionato qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal identificou fortes indícios no sentido de que conselheiros e funcionários desviavam recursos públicos do Conselho Federal de Odontologia. As fraudes consistiam no ressarcimento de despesas inexistentes, no pagamento indevido de diárias e na contratação irregular de serviços. Segundo a Polícia Federal, o valor total das despesas e contratações pode ultrapassar R$ 30 milhões e a Polícia Federal suspeita que os desvios podem ultrapassar R$ 5 milhões.

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